terça-feira, 27 de maio de 2008

O CÚMPLICE

Era barbeiro de profissão,mas,naquela altura, andava ali a marcar passo . Tivera de ser.Morava perto. Já casado,pedia dispensa nos fins de semana. Ia,de bicicleta, ver a mulher e ganhar uns preciosos patacos,recorrendo à sua arte. Baixote,humilde,era gozado por alguns colegas,sobretudo,por uns espertinhos da cidade,muito sabidos.
Num dia da semana,havia uma aula de educação moral e cívica. E era aí que ele tinha o seu dia de vingança,pois arranjara um amigo no instrutor. As aulas terminavam com um interrogatório,para ajuizar do aproveitamento da cada um. E está-se mesmo a ver o que é que acontecia. Aos espertalhões,aos abusadores, eram postas as questões mais complicadas. Eles,que se davam ares de grandes senhores,entupiam de todo. Ficavam envergonhados,comportando-se como meninos apanhados em falta. O barbeiro respondia sem hesitações,beneficiando da generosidade do cúmplice.

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