segunda-feira, 19 de maio de 2008

BOATOS

Era uma mansão que despertava as atenções,pelo perfil exótico,ali isolada,entre azinheiras. Naquela altura,parecia desabitada. Para que serviria?,apetecia inquirir. Não foi preciso indagar muito.Bastou ouvir as más línguas,sempre prontas a informarem.

Ali tinham ocorrido,com alguma frequência,cenas velhas como o mundo. Estava o sítio calhado para encontros furtivos. E quando duas vontades se conjugavam,lá era ela o palco escolhido.

Longe de tudo e de todos,ninguém daria por nada. Mas há sempre pássaros calhandreiros dispostos a não ficarem calados. E ali,naquele aconchegado arvoredo,não faltariam. E assim,facilmente se espalhavam boatos.

Uma coisa era,porém,certa. O palacete,nos últimos tempos,atravessara dilatados períodos de abandono. Algum facto anormal teria acontecido. É que um dos actores,o principal, de resto,estava muito velho,quase com os pés para a cova. Tinha de se refrear.

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