sexta-feira, 23 de maio de 2008

MARCHAVA TUDO

Se a sede apertava,o senhor Joaquim corria logo para um poço. Olhe que vai adoecer,tenha cuidado. Não tem dúvida,vêem-se lá avencas e rãs.
O outro resistia,desconfiado. Estranho era que nos "montes" bebia a água que lhe davam. Pensaria,certamente,que estava tratada.
Quando não se descortinava um poço ou um "monte",o senhor Joaquim sabia desembaraçar-se,caso tivesse chovido de véspera. Ali por perto,havia de encontrar água nalgum rego.
Então,ou se servia da concha da mão,ou se estendia ao comprido sobre o espigoado,para sorver. Se a sede não era muita,estava com cerimónias. Afastava,primeiro,alguns resíduos flutuantes. Sendo o apêlo grande,marchava tudo.

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