terça-feira, 6 de maio de 2008

UM EURO E MEIO

O velho não pode sair à rua,que é logo assaltado. Calhou,naquela altura,ser uma moça,aí de uns vinte anos,com cara de fome e de voz de um outro mundo,de um mundo vazio.
Precisava de um euro e meio,para tomar o comboio. Veja lá se tem aí. Já teria tentado,que a avenida era comprida,mas ,naquela escaldante noite, o movimento era do lá vai um.
Vamos lá ver se tenho aqui o que quer. É um euro e meio? Sim,é um euro e meio. Veja lá.
O velho já não via lá muito bem e levou tempo a procurar. Ela esperava,submissa,com todo o tempo do mundo.
O velho lá deu com as moedas,depois de muito rebuscar. Ela aceitou-as,sem uma palavra. Também eram escusadas. Palvras,para quê?

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