quarta-feira, 14 de maio de 2008

CONCÓRDIA

O quiosque já lá não está,mas foi ,durante largos anos,ponto especial de encontro de alguns amigos. Bebiam o seu copito,o seu café,mais aquele do que este,e conversavam. Um deles apoiava-se numa bengala, que nem sempre cumpria a sua obrigação,mas os camaradas bem depressa o ajudavam
Quase todos,se não todos,viveriam de curtas reformas e de biscates,como andar ao papel e coisas assim,o que muito mal daria para o que tinham na vontade. Talvez por isso se revezassem,visto terem de esgravatar.
Alguns tinham barba de dias e a maioria um ar um tanto alheado.Por vezes,um ou outro amodorrava. Falavam,no geral,de alto,pelo que se ficava a conhecer os seus principais interesses,que eram,tinha de ser,de natureza futebolística. Uma vez por outra,altercavam,mas era sol de pouca dura,pelo que ali,podia dizer-se,reinava a concórdia.
Não seria muito boa freguesia,mas a gerência tolerava-a. Sempre lhe faziam companhia,à falta de uma outra melhor,que preferia um negócio mesmo ali ao lado. Não teria suportado a concorrência.

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