quarta-feira, 21 de maio de 2008

SERVIDÃO

Isto vai acabar. É tempo de lhe arranjar um passe e um telemóvel. Condoera-se a rica filha da pobre mãe. E estava,ali,em plena rua,a manifestar o seu louvável propósito.
Era uma mocinha toda de negro vestida,à moda,de cigarro na mão,em pose. A mãe,muito gorda,ouvia-a,de cabeça baixa. Seria do pesado fardo que ela carregava,de filhos e já de netos. De vez em quando,tinha de sair,mas só para fazer compras lá para a casa.
E aquela linda filha,queria aliviar-lhe a servidão. Estaria a moça,pois,cheia de boas intenções. Mas não era de prever que o passe viesse a ter muito uso. Dar-lhe-ia,quando muito,alguma consolação possuí-lo. Se quisesse podia utilizá-lo,mas só isso,que ela,lá em casa,não saberá para onde se virar.
Quanto ao telemóvel,esse,sim,vinha mesmo a calhar,pois o telefone estaria quase sempre ocupado.

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