quarta-feira, 28 de maio de 2008

INOCENTE PASTOR

Uma manhã,por sinal,uma muito fria,de bater o queixo,o velho pastor deu com uma ovelha que lhe pareceu não ser do seu redil. Os seus olhos,muito cansados,não lhe permitiam já lá ver muito bem. E passou por ela mais duas ou três vezes,como que a confirmar. E a certa altura ,não se conteve, e fez-lhe um inquérito. Quem era,de onde tinha vindo,onde morava? Devia ser ovelha,coitada,a precisar de amparo. Acabara de chegar e podia perder-se,que por ali havia montes de perigos. Muito em breve a iria visitar.
E uma noite,uma noite gelada,de ficar em casa,à lareira,o velho pastor lá apareceu,a cumprir o prometido. A sala estava cheia,pois ninguém se atrevia a pôr a cabeça de fora. Muito preocupado com aquela ovelha,não descansaria enquanto não descobrisse, entre toda aquela gente, o orientador certo para ela. E julgou ter descoberto. O moço tinha todos os requisitos para isso,no seu entender. O eleito concordou,com grande alegria do inocente pastor.
Aquilo foi uma risota pegada quando ele se retirou. Ficava bem entregue aquela ovelha. O moço era o conquistador mor lá do burgo e arredores.

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