segunda-feira, 19 de maio de 2008

VOO PICADO

O inimigo espreitava,preparado para enfrentar mais arremetidas do adversário. Julgando que ele vinha com novas armas,aguçara o engenho ,no intuito de melhor se defender e atacar. A tarefa estava facilitada por se metamorfosear continuamente,baralhando,assim,a estratégia do opositor.
De início,surgiu em catadupas de mosquitos,sempre renovadas,que não escolhiam hora para investir. A ferocidade era idêntica tanto de noite como de dia,quer ao sol ou à sombra. Não davam descanso. Os braços andavam numa roda viva ,em tentativas de afugentá-los. Riam-se de tal aparato e atiravam-se em voo picado,cada vez mais encarniçadamente.
Depois,multiplicou-se em máquinas de fazer sono. O gado abundava,favorecendo a disseminação. Para precaver,pois não é aceitável ficar a dormir por muito tempo ou para sempre,houve que suportar tratamento doloroso,que pôs um a mancar durante dias.
Mas não se ficou por aqui. Aproveitando a formação de muitas lagoas,na sequência de inundações,converteu-se numa amiba causadora de grave doença renal. Quem viesse,pois,a contactar aquelas águas,estava sujeito ,um dia, a expelir líquido avermelhado. Para se defenderem,muniram-se de botas de borracha de cano alto,que nem sempre estiveram à altura,devido a desníveis inesperados.

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