sexta-feira, 31 de julho de 2009

AMEDEO MODIGLIANI

http://pintura.aut.org/BU04?Autnum=11.100&EmpNum=15518

BARTOLOMÉ ESTEBAN MURILLO

http://pintura.aut.org/BU04?Autnum=11.128&EmpNum=15208

JOAQUIN SOROLLA Y BASTIDA

http://pintura.aut.org/BU04?Autnum=11.378&EmpNum=15150

JEAN FRANÇOIS MILLET

http://pintura.aut.org/BU04?Autnum=11.163&EmpNum=15150

SEMPRE MAIS

Quando se contava o dinheiro deste e daquele,deveria ser para se saber o que era feito com ele,congratualando-se todos,naturalmente,no caso dele ser usado para criar muitos empregos.
Quando se ficava a saber que esse dinheiro encolhia,deveriam todos desejar que isso não levasse ao desemprego,qualquer que fosse o tamanho dele,nem que se tratasse de apenas três,dois,mesmo um.
O resto não deveria interessar,por se saber que ,qualquer que fosse o dinheiro que se tivesse,quereriam todos ter sempre mais.

AINDA PIOR

Quando a coisa estava mal,perdiam todos. Podiam perder muito os que muito tinham,ficando ainda com muito. Mas os que tinham pouco podiam ficar com quase nada.
Era de esperar,assim,que uma grande tristeza os tomasse a todos. E era natural prever que em todos nascesse um forte desejo de curar essa tristeza.
E quem é que estaria melhor preparado para encontrar remédio para esse mal?
Certamente, os que ainda tinham ficado com muito,que os outros,coitados,não saberiam de que terra eram,quanto mais tomar conta de tal recado.
E assim,estava-se mesmo a ver que medidas iriam usar. É que estando a coisa mal,o que restava quase não iria chegar para os que estavam habituados a muito,arriscando-se,assim,os outros a ficar ainda pior,mesmo com nada.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

ORGANIC FOOD

http://www.sciencedaily.com/releases/2009/07/090729103728.htm

PRODUTOS BIOLÓGICOS E CONVENCIONAIS

http://noticias.pt.msn.com/article.aspx?cp-documentid=148890368


QUEM?

Uma esmolinha pela sua rica saúde,pelas alminhas dos que lá tem. O que resolverá a esmolinha? Nada,mesmo nada.
Eu,dar coisa que se visse aos pobrezinhos,para quê? Para haver mais um? Ficava a coisa pior.
Nunca mais é sábado,para poder descansar,para se fazer,talvez,o que vier à cabeça. Pois é. E os que para quem todos os dias são sábados por nada terem para fazer,pelos mais variados motivos,sendo o pior o não ter onde fazer?
Tanta casa por vender,tanta gente sem casa. Tanta iguaria requintada,tanto prato por encher.
Queria tudo isto dizer,e o muito mais que ficava por dizer da mesma família,ou por não se estar para isso,ou por completo desconhecimento,que aquilo não ia nada bem.
Parecia aquilo,portanto,estar a precisar de um grande conserto. Mas quem é que estava disposto a dar um passo em frente,ou a ficar com o pior bocado,ou a não se importar de ficar com o mesmo que coubera ao vizinho do lado? Quem?

UMA FONTE DE PALAVRAS

De um lado,era terra de ninguém,do outro,era a rua,mais pomposamente,a avenida. A meio,estava o que por ali se chamava a alameda,uma pequena,ou grande floresta, para quem ela olhasse.
Tinha duas serventias esse arvoredo público. Junto à estrada,era logradoiro de crianças, nas suas brincadeiras intermináveis,lá para o interior,era palco de coisa mais séria,não sempre,mas repetidamente.
Era para lá que ia o Bernardo. O que ele,por entre as árvores,andava,para lá,para cá,gesticulando,falando de alto,como numa ágora,talvez para ser ouvido pelos pássaros,quem sabe?
Entender-se-ia com eles,que o Bernardo sabia muita coisa. Não se cansava naquele vaivém lúdico, continuado,teimoso,que de palavras ele muito gostava,quase que para elas vivendo. Era ele uma fonte de palavras,uma torrente de palavras,palavras dele,muito dele.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

SEA BIRDS - GAIVOTAS

http://www.flickr.com/photos/franck-chilli/3715598763/sizes/l/

http://www.flickr.com/photos/kkn2009/3309785410/sizes/l/

http://www.flickr.com/photos/ferran-jorda/3182904528/sizes/o/

DAS GAIVOTAS - CONFUSÃO

http://www.flickr.com/photos/vidadevidro/2071326738/sizes/l/

Título do autor

GAIVOTAS ZANGADAS

Parecia que não iria ver nada de importante,ali sentado naquele banco à sombra,uma sombra que lá se ia mantendo unida apsar do tempo estar a avançar a olhos vistos.
Para já,as verdes folhas dos rebentos que ele vira nascer não paravam de alargar,pondo a um canto as que compunham a árvore. Aonde quereriam elas chegar,a quem quereriam imitar? Ah,esta mania de grandezas que até em
folhas mostrava residir.
Depois,um friso de pombos voltara a guarnecer o alto candeeiro. Um tanto afastado,um andaime perdera a cobertura de rede,revelando uma larga parede
pintada de amarelo novo. Pena era que não tivessem escolhido o verde. Um trabalhador que estivera a recompor-se das fadigas em banco irmão,incluindo
sombra,lá se levantara,parecendo que a muito custo,para voltar à sujeição. Carros
recolhiam,ou iam à sua vida,num eterno movimento. No empedrado,as formigas andavam na sua faina,repetindo os mesmos gestos de sempre.
A coroar,lá no alto,duas gaivotas perseguiam-se,com modos de estarem muito zangadas,talvez por não se estarem a entender muito bem.

UMA PRISÃO

Gaiolas,grandes ou pequemas,para passarinhos e quejandos,enchiam a ampla montra e as prateleiras. Gente parava,deleitando-se com a variedade do exposto. Gente que parecia prezar,acima de tudo,a sua liberdade,sem se importar com a clausura que aquilo significava,sem pensar,talvez, que não passava também de gente aprisionada,e ,como tal,estivesse a ser vista por outra gente lá dos infinitos espaços,que,por sua vez,sabendo,ou não,imitava todos os demais. Era,afinal,tudo uma prisão.

terça-feira, 28 de julho de 2009

BACTERIA AS ART

http://www.sciencedaily.com/videos/2008/1211-bacteria_as_art.htm

ACORDO EUA - CHINA SOBRE MUDANÇA CLIMÁTICA

http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRSPE56R0II20090728

TERCEIRO EMPREGO

Valia-lhe ser novo ainda. De manhã e à tarde,fazia pela vida num emprego,à noite,esgravatava noutro. Tinha de ser,pois havia lá em casa duas crianças sempre a pedir mais.
Andava,naquela tarde,muito ralado,pelo que teve de desabafar. Sabe,não esperava a notícia que dias antes recebera. Naquele ano,não iria ter o subsídio de férias numa das ocupações,aliás,a mais rendosa. Na outra,talvez viesse a receber,pelo menos,não tinham ainda dito nada em contrário.
Por este andar,estava a ver que era obrigado a procurar um terceiro emprego,pois as crianças não queriam saber de desgraças. O que lhe valia era ele ser pau para toda a obra,e estar ali ainda cheio de muito para dar.

NADA MAL

Não desistiam,apsar de não serem capazes de levar a sua avante. E não o faziam pela razão simples,talvez única,de ser aquele o seu nada mau modo de vida,pelos proventos que lhes traziam. Depois,aonde é que iriam arranjar um melhor,um que tanto lhes enchesse as medidas,um que lhes desse tantas alegrias?
De resto,iam lutando por uma boa causa,e que era a de melhorar a vida de muitos,que nunca a tinham visto sorrir. Mas eles sabiam muito bem que muito pouco ou nada conseguiriam. Era como estarem a investir contra moinhos de vento. Ficavam apenas os gestos,nada mais.
Mas sempre iam alimentando os sonhos de muitos,o que,vistas bem as coisas,era acção de grande mérito. Enfim,ficava muita gente mais ou menos esperançada,enquanto eles lá se iam governando nada mal.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

ENCONTRO DE JOSÉ SÓCRATES COM BLOGGERS

Sentido das Letras / Copyright 2008 - 7/27/2009 8:40 PM
Sócrates encontrou-se com bloggers portugueses
José Sócrates encontrou-se, esta tarde, com vários bloggers na LXFactory, em Alcântara, Lisboa. A iniciativa foi transmitida em directo pelo site www.socrates2009.pt.
Para o primeiro-ministro, as páginas pessoais constituem “um novo espaço que se oferece à democracia política e cívica”, daí ter surgido “curiosidade em conhecer os principais bloggers do país”.
Questionado sobre os abusos e as críticas mordazes na blogosfera, o primeiro-ministro respondeu: “bem sei que há exageros, mas o exagero faz parte do início da liberdade que os blogues constituem. Tenho esperança que a segurança que cada um dos bloggers vai sentido se transforme também em responsabilidade”.
“Tenho o maior gosto em discutir política com eles. Esta é também a minha oportunidade para dizer o que tenho a dizer”, concluiu antes do encontro em que estiveram representados alguns dos blgos de maior sucesso no país, entre os quais: Jugular, Cronistas para mais tarde recordar, Simplex, Câmara dos Comuns, O Afilhado, 31 da Armada, o País das Ideias, Miúdos seguros na Internet, Ideias em Série e Estado Sentido.

HYDROCARBONS IN THE DEEP EARTH?

http://www.eurekalert.org/pub_releases/2009-07/ci-hit072409.php

METHANE FROM DAMS

http://www.ens-newswire.com/ens/may2007/2007-05-09-04.asp

METHANE SOURCES - RICE PADDIES

http://www.ghgonline.org/methanerice.htm

ARMANDO GASPAR GARDEN - XVI

















From the blog OLHARES DA NATUREZA




UM GIGANTE

Compreendia-se muito bem o seu proceder de grande senhor. É que ele não só o era de facto,mas também,sobretudo, de direito,e quem o negasse não estaria bom da cabeça,devendo procurar o médico quanto antes. Não tinha sido ele o preferido de tantos anos,de tanta gente?
Quereria isso dizer,depois de tanta clara,irrefutável,confirmação,de tanta entrega,de tanta confiança,de tanta identificação,que ele sentir-se-ia como sendo toda essa imensa gente. Um gigante ele era,pois,um gigante sem tirar,nem pôr,e como gigante que era,assim actuava. Quem é que lhe iria faltar ao respeito,quem,se ele era toda essa mole de gente,um gigante?

DEITAR FORA

Aquilo não se fazia,estava bem de ver. Lá porque uns tantos não gostassem dele,era de seu direito,pois cada um come o que quer,era o que faltava se tal lhe fosse negado,não era caso para o deitar fora,que havia coisas piores,muito piores,oh se havia. Aquilo iria abrir um precedente de todo o tamanho,qual uma montanha muito difícil de vencer.
Pois é,mas não havia outra solução,ainda que se atentasse contra um sagrado princípio,três vezes sagrado,de muito respeito. É que ele,o sem vergonha,estava lá,porque muitos tinham sido enganados,talvez aí uma meia dúzia,e isso não era bonito,lá,ou em qualquer outro lugar. Era mesmo uma coisa de bradar aos céus,mas não valia a pena,pois os céus conheciam-nos muito bem. Não havia nada a fazer.

domingo, 26 de julho de 2009

UM DIA

De repente,ou não,as coisas tinham cara de que iriam mudar. Quer dizer,seriam
muitos os que passariam a beneficiar,e não como era costume. Afinal,fora só um sonho,aliás,como de outras vezes,desde há muito tempo. Era aquilo uma sina,não havia nada a fazer,a não ser esperar,enchendo-se de paciência,o único remédio para quem ainda guardava um tudo nada de esperança. Poderia acontecer,um dia,quem sabe?

CALIBRE GROSSO

Quando se pensava em egoísmo,pensava-se numa mão cheia de coisas mais,ainda que do mesmo terreno se não saísse. Apenas mais uma meia dúzia, para não abusar,e poupar não se sabia o quê,ainda que de egoísmo se tratasse.
Era o orgulho,o interesse,a vaidade,o narcisismo,a presunção,o vista grossa,o eu cá é que sei,mais ninguém,o sou o melhor,não há,o ver de cima,sem eles o mundo era zero,os outros não valem nada. Tanta coisa era obra. Como se podia armazenar tanta coisa em espaço tão pequeno? Seria uma questão de defesa,que à volta gravitavan "inimigos" sem conta? Talvez. E então,vá de se apetrechar,sobretudo,com armas de calibre grosso.

UNS PATACOS

Que lugar aquele,que tempos aqueles. Deveria ser um lugar de trabalho,mas trabalho é que se não via. E isso por meses e meses,sem um sinalzinho de mudança.
Mas não era um lugar em que nada se fizesse,não,muito pelo contrário,e de largo espectro. Quer dizer,ali havia variedade. Conferia-se um livrinho com registos de empréstimos,a juros para inimigos,e tomava-se nota dos faltosos,com comentários em alta voz. Pensava-se na melhor maneira de outros tramar,sem excluir os vizinhos do lado. Narravam-se vitórias passadas,em que se correra altos riscos,voltando a elas minutos idos. Moía-se a cabeça,tentando descobrir um forma dali sair quanto antes. Prometia-se não regatear palmas lá em certo sítio para ajudar alguém a sobreviver. Tinha-se muita pena de outro alguém que dava sangue para ganhar mais uns patacos.
Enfim,um lugar e tempos para não mais esquecer. E ainda havia gente com saudades daqueles tempos. Dantes é que era bom.

sábado, 25 de julho de 2009

BIOFUELS:ALGAE BASED OIL

Science 24 July 2009:Vol. 325. no. 5939, p. 379DOI: 10.1126/science.325_379a

Biofuels:
ExxonMobil Fuels Venter's Efforts To Run Vehicles on Algae-Based OilRobert F. Service
After years of skepticism about the promise of biofuels, ExxonMobil has decided to make one of the biggest biofuel bets so far. Last week, the world's second largest company announced that it will spend up to $600 million over 5 to 6 years to produce biofuels from algae. Half the money will go to Synthetic Genomics Inc., a San Diego, California-based start-up run by genomics pioneer J. Craig Venter. Exxon will spend another $300 million on in-house research including attempts to scale up biofuels production from algae and refine the resulting oils into finished fuels.

E AGUARDAVA

Já vivera muito,já vira muito e parecia-lhe que as novidades se tinham esgotado. Já não havia a esperar mais nada que não fosse já muito sabido.
Depois,com o tempo,cada vez se fora identificando mais com tudo que o rodeava,de que tinha,um dia,saído,sem ter sido consultado. Mais tarde,não sabia quando,era segredo,adquiriria uma outra forma,um tanto próxima da primeira,sem,também,o ter pedido.
Não passava,afinal,duma forma,sem que para alguma tivesse metido prego ou estopa.E descansara,não de todo,neste entendimento. E aguardava,com algum sobressalto, a espreitar. O que virá aí?

PORTA DA RUA

Daquela vez,parecia que o professor não tinha esgotado o tema da lição. Daí,o ter-se dirigido aos alunos para que se pronunciassem,acrescentando mais vantagens da consociação fava-ervilha.
E um não se fez esperar,dizendo que sabia de mais uma,de grande importância. Então,diga lá. Olhe ,senhor professor,ter lá na horta só fava,nessa é que eu não caía,que eu já os conheço.
Logo que me vissem ir à horta,queriam logo saber aonde ia eu. Pois eu podia-lhes dizer,não mentindo,que ia à ervilha. Ainda não tinha terminado,e já a porta da rua lhe fora apontada.
Ele era assim. Podia lá perder uma opotunidade daquelas? Ficaria doente por uma semana,ou mais.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

DURHAM,UK

http://www.youtube.com/watch?v=Lmmv7w9qHc0

NEWCASTLE UPON TYNE, UK

http://www.youtube.com/watch?v=0Ux-iwNOls0

THE LOCH NESS MONSTER,UK

http://www.youtube.com/watch?v=rzUfNHzrPQA

BARBA RIJA

Houve tempo em que os conquistadores de impérios saíam de casa à frente dos seus exércitos,só regressando a ela após os desenlaces,se,acaso,escapassem com vida. Eram eles de barba rija,de braço forte.
Veio depois um tempo em que os conquistadores de impérios não saíam de casa,encarregando generais do trabalho de campo. Não precisavam eles de ter barba rija,nem braço forte.
Como mudam os tempos.

"TER É TARDAR"

Antes de adormecer,passavam em revista,demoradamente, as coisas possuídas,no temor de que alguma delas tivesse levado sumiço. Mal acordavam,iam logo a correr fazer o mesmo,pois,sabia-se lá o que lhes poderia ter acontecido.
Era,assim,um desassossego ,tanto à noite,como de manhã,e,muito provavelmente,durante o dia,e mesmo quando dormiam. Talvez por isso,havia quem não quisesse ter,de maneira a poder levar uma vida descansada.
"Ter é tardar".

PALÁCIOS

Houve,e há,quem não tem onde reclinar a cabeça,viajando,ou não. E houve,e há,quem ,os lembrando,seja lá porque motivo fôr,disponha de palácios para viver,e para descansar,nos intervalos de viagens,mais ou menos longas,mais ou menos cansativas.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

EXPLORAÇÕES EM ÁFRICA PELO DR.DAVID LIVINGSTONE

http://www.wdl.org/pt/item/2564/

SÓ PARA ALGUNS

Naquele remoto tempo,entre duas terras muito importantes,distanciadas uma meia dúzia de quilómetros,havia uma mansão de escala para se poder descansar das agruras da dura viagem.
Como mudam os tempos. Acontecia,porém,que a mansão não era para todos que se fizessem a uma tal aventura. Não queriam mais nada? Era,claro,só para algums. Quer dizer,há coisas que não mudam,por muito que mudem os tempos.

ESCOLA DA VIDA

Era de fugir dali. E o motivo era simples,e o motivo era uma vespa que parecia não saber onde havia de ferrar o dente,ou lá o que era. Não havia meio de se fixar,talvez à procura do melhor bocado,que podia ser o lobo de uma orelha,um lobo apetitoso.E por ali não se via terra.
Mas o que tem a ver terra com vespas? Tem,e muito,podia ele asseverar,pois disso tinha uma grata lembrança. Andava ele lá pelo campo,quando foi picado por uma vespa,precisamente ,no lobo da sua orelha direita. As dores que ele teve,que nunca mais esquecera.
Isso passa já,foi o que disse o senhor José. Olhe,pegue numa porção de terra,molhe-a com cuspo,e depois aplique-a em cima da picada. Vai ver que passa logo,é remédio santo.
E foi o que aconteceu. Muito sabia o senhor José de vespas,e de muitas coisas mais lá do seu campo,e não só,que ele era um livro aberto.E mal passara ele pela escola do ler e escrever. Andara,e andava, noutra escola,a bem dizer ,desde que nascera,e que era a escola da vida. Muito sabia o senhor José,coisas que não estão nos livros.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

VISIT CUMBRIA - PICTURES OF THE DAY FOR : 22-07-2009

http://www.visitcumbria.com/downloads/index.php?count=1&picID=009&time=5

THE TYNE BRIDGES

http://www.bbc.co.uk/tyne/content/image_galleries/northumbria_icons_tyne_bridges_gallery.shtml?20

PISAR O RISCO

Eles bem se queixavam,mas era o mesmo que nada. O diabo dos coelhos,que faro eles tinham. Pela frente,levantava-se um muro de respeito,um muro de tapada rica,a impedir-lhes uma linda paisagem de hortaliças,mas eles saberiam,pelos cheiros que lhes chegavam, que ela estava lá.
E assim,vá de ir ao seu encontro,furando por baixo da muralha imponente,que lhes tapava a visão do eldorado. Pobres dos hortelões,ali a trabalhar,dias seguidos,ou nos intervalos,quando esgravatavam por outros lados,e eles ali a banquetearem-se.
Para cobrirem os prejuízos,não era para admirar que os donos das hortas,de vez em quando,não deixassem regressar a casa alguns dos intrusos. Era a vida,e os coelhos deveriam compreeender que andavam a pisar o risco. Aquilo não se fazia. É que nem pediam licença para entrar. Era tudo nosso.

A FRASE

"Neste sítio um ministro pode ir para a rua por um par de cornos infantis ou por uma piada de mau gosto. As roubalheiras, os negócios escuros, os compadrios, a corrupção a céu aberto e o tráfico de influências, não só são tolerados como premiados nas urnas".
António Ribeiro Ferreira, jornalista, "Correio da Manhã", 20-07-2009

Público PT ,22 de Julho de 2009

terça-feira, 21 de julho de 2009

From the blog OLHARES DA NATUREZA,by ARMANDO GASPAR

Alto Alentejo Título do autor
,

NADA A FAZER

Não queriam colaborar,não suportavam colaborações. Colaborar pedia compreensão,cedências,entendimento,uma causa comum, e não estavam para isso,era o que faltava.
Queriam sempre mandar,ditar as regras,impôr as coisas. Ao fim e ao cabo,não se passava do queria,podia,e mandava,o resto era conversa fiada.
Queriam fazer só o que lhes vinha à cabeça,mesmo que fosse um grande disparate,até uma criança via isso,queriam fazer só o que lhes convinha,o resto era para deitar fora,não prestava,porque não lhes interessava,porque não lhes trazia benefícios,e ninguém tinha nada com isso,pois então.
Em suma,era sempre a mesma coisa,tal como fora sempre,sempre,e que era o estar-se sempre voltados para si,só para si,deleitando-se com o que viam,porque o achavam sempre bonito,estando-se nas tintas para o outro,sobretudo,se fosse o vizinho do lado,esse inimigo,três vezes inimigo.
Em suma,era um namoro pegado com eles mesmos,era um gostar muito de si,um gostar exclusivista,como,afinal,sempre tinha sido,pelo que não havia nada a fazer,só esperar não se sabia o quê.

ZONA PÉLVICA

Já era teimosia,não saíam da zona pélvica. Porque seria? Mistérios insondáveis.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

IMPONENTE

From the blog OLHARES DA NATUREZA,by ARMANDO GASPAR

Amieira do Tejo Título do autor

OS SEM VERGONHA

Eram dois que andavam por lá,cada um,no geral,para seu lado. Um,era de lá,o outro,viera de longe. Distinguiam-se bem os dois,pela indumentária,e pelas armas de que dispunham,no de lá,duas pistolas,uma de cada lado,no de fora,um canivete.
Os macacos que havia por ali conheciam-nos bem. Nem apareciam ao de lá,escondendo-se muito bem escondidos por detrás de folhas largas de palmeiras. Quanto ao outro,riam-se dele,os malandros,os sem vergonha,pondo as cabeçitas de fora,ou recolhendo-as,repetidamente.

TANTA PEDRA

As visitas que vinham lá de países mais ricos,mal davam com os mármores de padrões vistosos que revestiam as paredes,desfaziam-se em elogios. Não diriam que aquilo era um exagero,um luxo mesmo,mas vontade não lhes faltaria. Mas que pelintras estes, a querer mostrar grandezas.
Para que tão maus pensamentos não lhes povoassem as cabeças maldosas,
eram avisados,o mais cedo possível,que por ali o mármore era coisa que não faltava . Era assim,não tinham culpa de terem sido contemplados com tanta pedra.

SUIÇA

Ele vinha cheio de suas coisas,dos seus teres,e precisava de aliviar,sob pena de rebentar. E aliviou-se. Não sei se já vos tinha contado,mas eu tinha lá na terra um monte de courelas,herança dos meus velhos,mais precisamente quarenta e uma. Pois acabei de me desfazer de vinte. O resto irá com o tempo. Não tenho pressa,que o dinheiro que consegui agora,mais o que já tinha,dá- me para ir entretendo menos mal uma larga temporada.
O pior,sabem,é as coisas não melhorarem por cá,está isto muito mal. Nem apetece aqui viver,é um sufoco.Então,onde quererias tu passar o resto dos teus dias? Aonde é que haveria de ser? Na Suiça,claro. Qualquer dia,mudo-me para lá,é o mais certo.

domingo, 19 de julho de 2009

SPAIN,PORTUGAL OPEN NANOTECHNOLOGY RESEARCH CENTER

http://www.newsdaily.com/stories/tre56g5ur-us-portugal-spain-nanotech/

NÃO FALHA

Só eles,ou elas,é que variam,quer dizer,fazem as coisas da maneira que lhes vem à cabeça,num momento,que é sempre diferente de outro momento.Têm,eles e elas,uma fértil imaginação,ou talvez arte,por não gostarem de se imitar.
Nunca se sabe por onde atacam,fazendo isso parte do jogo,ou do entretém. Deram-lhes uma inteligência,para pensar,para arquitectar,para esperar a melhor ocasião. E aquilo não falha. Se falhar,repetem,que ocasiões não faltarão,julgam eles,ou elas.

SEGUNDA NATUREZA

Tudo esquece,que a vida urge,que os cenários mudam depressa. Depois,a carne é fraca,e, depois ainda,o que estiver limpo lance uma pedra. Eles,ou elas,sabem disso muito bem,até bem demais,pelo que se volta a reincidir mais uma vez,num seguimento interminável. É a habituação. E o hábito,conforme se diz,é uma segunda natureza.

RISO DIABÓLICO

Um horror,o que podia ter acontecido. Fora aquele um caso para não mais esquecer. Quem é que iria esquecer uma coisa daquelas,sim,quem? O caso conta-se depressa,mas não tão depressa como a que leva a bala que uma arma dispara.
Andavam os ânimos muito esquentados,pois não era coisa para menos. Estavam a ser meses e meses de nada se fazer de jeito,e a boa vida é má conselheira,toda a gente sabe disso. Pode levar a vícios,pode levar a acções que não lembrariam ao diabo mais diabo. E foi o que se passou naquela manhã do diabo,ou lá de quem era.
Se ele não se tivesse desviado,num acto de mágico,seria homem morto. Uma mão lançara com ganas uma pedra,daquelas com muitas arestas bem afiadas,a um alvo que era uma cabeça,ali a uns escassos dois,três metros.
A frialdade que passou por lá,de arripiar o mais encalorado,uma frialdade de morte.
Pois quem fizera tal lançamento pareceu ter ficado muito triste por não ter acertado,dando-lhe para rir,talvez para compensar,num riso diabólico.
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sábado, 18 de julho de 2009

BEECHES - FAIAS

http://www.flickr.com/photos/n031/3499764551/sizes/l/

http://www.flickr.com/photos/kliman/76754413/sizes/l/

http://www.flickr.com/photos/cibergaita/58177309/sizes/l/

PALAVRA MÁGICA

A dor daquele pai,ao ver o seu filho,ali estendido numa cama,em casa de gente estranha,curando-se de uma doença que não matava,mas moía. Oh sonhos de vida melhor que ele tivera,na esperança daquele filho poder trazer-lhe um melhor futuro, que estava a ver desfazerem-se.
E ele sem nada poder remediar,pois nem remédio tinha para si. Mais uma desilusão a juntar-se a outras de um passado que não deixara saudades,mais uma lança a enterrar-se naquele pobre peito.
Muito suporta um homem,quando à sua volta vê desmoronar-se o que arquitectara com as suas mãos que julgara fortes. Não se sabe como podem ficar ali,assistindo ao ruir do sonho que lhes dera respiração para persistir. Não se sabe como não ficam ali, de vez. Que restos de esperança ainda guardam? Quem terá criado a esperança,essa palavra mágica,que do nada faz brotar alguma coisa que dá coragem para continuar,para teimar,não querendo sair derrotado numa aventura para onde se é lançado sem saber como? Só se dá conta dela quando ela é a valer,quando se foram para sempre os tempos das brincadeiras. E agora,o que se vai seguir? E vá de se procurar sair dela o melhor possível,que exemplos de vitória não faltam,que dos outros não interessam.E vá de aplicar receitas consagradas,e vá de usar as armas de que se dispõe,e que lhe vieram parar às mãos,sabe-se lá também como.
E aquele pobre pai, que é feito dele,que já estava ficando lá para trás? Onde andará ele? Andará por aí ,agarrado à esperança,essa palavra mágica que dá coragem para teimar,numa espera que não quer morrer? Talvez,quem sabe?

UM MAGO

O que naquele recuado tempo e lugar o dinheiro fazia,de que poderes ele dispunha ,de que artes era possuído. Prodígios daqueles só vistos,que contados ninguém acreditava.
Então,não é que de mau fazia bom,de feio,bonito,de burro,inteligente? Onde teria ele andado,que escolas teria frequentado,que mestres lhe teriam calhado?
Prodígios daqueles só vistos,que contados ninguém acreditava. Um mago é que deveria ser,era o que constava.

TABEFE QUE FERVIA

Naquele tempo e lugar,havia um senhor com muitos servos. Qra,este senhor gostava de fazer coisas. Para isso,precisava da colaboração de alguns servos. Uma manhã,estava ele lá numa certa obra,quando teve necessidade de se ausentar.

A obra não podia parar,pelo que encarregou um dos servos de o substituir,talvez por o achar mais capaz de tomar conta do recado. A obra não parou,é certo,mas parecia ter entrado nela o diabo. Aquilo foi tabefe que fervia.

Quer dizer,se queres ver o vilão passa-lhe o mando para a mão. Coitados dos servos,que não souberam por uma meia hora de que terra eram. As saudades que eles sentiram daquele senhor.

ÓRGÃOS DE REPRODUÇÃO DE UMA FLOR

http://www.prof2000.pt/users/msalvado/org_flor.htm

sexta-feira, 17 de julho de 2009

SAHARA COULD POWER ALL OF EUROPE

http://www.popsci.com/environment/article/2009-06/solar-collectors-covering-03-sahara-could-power-all-europe

WINDMILLS AT SEA

http://www.trekearth.com/gallery/Europe/Denmark/East/Kobenhavn/Copenhagen/photo65260.htm

BANGUI,WINDMILLS

http://fiveprime.org/hivemind/Tags/bangui,windmills

MOJAVE WIND MILLS

http://www.flickr.com/photos/kranich/296021541/sizes/l/

Título do autor

FEBRES INSUPORTÁVEIS

Não interessava saber em que ela se tinha ocupado durante anos e anos. O que interessava saber era que ela tinha vivido durante a maior parte desse longo tempo em barracas,tinha,até,
nascido numa.
A dada altura,porque ,na ocupação ,conseguira cem por um,ou coisa parecida,mudara-se para uma casa como devia ser,nem precisaria de tanto. E foi um desastre,um modo de dizer.
Os indícios já se vinham mostrando,avolumando-se mais depressa do que se poderia imaginar,e quando da mudança de poiso houve lugar para uma alteração definitiva. Nem olhar para os antigos companheiros lá das barracas podia,que lhe vinham umas febres insuportáveis.

LIBERTAÇÃO

Aquilo alastrou como fogo em mato seco, de anos incontáveis,lá mesmo do início da arrancada. Nem era de esperar outra coisa,ou melhor,era de uma coisa dessas que se estaria à espera,de uma espera quase sem uma pontinha de esperança.
É que se falava de libertação,e libertos é que eles nunca se tinham sentido,nem saberiam o que isso era. Só sabiam é que tinham sido sempre escravos,como já tinham sido os seus pais,os seus avós,todos os avós lá de muito de trás.
Ignorantes de muita coisa,só conheciam uma espécie de libertação,que era a libertação de tanta carência em que tinham vivido,eles e os seus,lá de todos os de trás. Só tinham conhecido uma vida,uma vida de submissão,sempre sujeitos a este,e àquele,o que calhava,às suas vontades,aos seus desejos,aos seus prazeres,nos quais se podiam incluir as suas próprias e miseráveis vidas. Vidas em que nunca tinha surgido,e muito menos brilhado,essa palavra mágica, libertação.
Não admirava,pois,que essa palavra boa passasse de boca em boca,vencendo obstáculos de toda a odem,se derramasse por vales e montes,chegasse a todos os cantos,os mais escondidos. Quem é que lá haveria que não gostasse de ser liberto? Não haveria entre eles,essa imensa pobre gente,um sequer que recusasse. Não era de esperar outra coisa.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

NITROGENASE

http://www.pdb.org/pdb/static.do?p=education_discussion/molecule_of_the_month/pdb26_1.html

AR CONDICIONADO

Ele ia a passar e o que viu impressionou-o muito. É que era mesmo um caso para isso. Já tinha dado conta de ruídos vários vindos lá da caixa do elevador,mas não lhes ligara por aí além. Eram os operários que andavam lá no seu serviço de reparação.
E qual não foi o seu espanto,a sua compaixão,quando viu um deles,um homem aí dos seus sessenta anos,enfiado naquele buraco,mal sentado,todo enfarruscado,lá no seu trabalho. Andava naquilo já há dias.
E sem querer,lembrou-se de outras ocupações,talvez,até,mais bem remuneradas,muito mais
consideradas,em que entrava uma secretária,uma boa cadeira,ar condicionado,e outras coisas a condizer. Era assim,fora sempre assim,não havia nada a fazer.

UM ESCÂNDALO

Quando ele soube o que ganhavam os homens encarregados da recolha do lixo lá na terra para onde viera trabalhar por uns tempos, não queria acreditar. Mas assim estão a ganhar mais do que eu,que me tenho fartado de estudar,e fazer coisas muito úteis. É um exagero,não resta dúvida. Um escândalo.
E uma noite,uma noite muito fria,em que caía muita neve,cobrindo as ruas,deu conta de vozes lá fora. Eram os homens do lixo. Coitados deles,ali ao frio,à neve,ao vento,que ele também ouvia,e ele ali no quentinho da sua cama.
E caiu em si,e teve muita pena deles,e deixou de achar exagerado o dinheiro que eles recebiam,pois não se sentia capaz de os ir substituir. Consolá-lo-ía o ele saber que também não estava a ganhar nada mal.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

ACONCÁGUA - ARGENTINA

http://www.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=86860

THE PORTUGUESE VIEW OF THE WORLD AT THE BEGINING OF THE 17TH CENTURY

http://www.loc.gov/rr/hispanic/portam/view.html

THE FIRST CIRCUMNAVIGATION OF THE GLOBE

http://www.loc.gov/rr/hispanic/portam/first.html

MARCA PROFUNDA

O Bernardo passara,um dia,por lá,mais propriamente uma temporada. Passara,e deixara marca profunda,a marca dele.
Outros continuaram a passar por lá,sendo alguns convidados a imitar o Bernardo,o Bernardo que deixara marca.
Desses,dos convidados,apenas se sabe da tentativa de um. Ainda tentou,coitado,não sabe ele como se atreveu,só sabe ele é que desistiu. Atrever-se a imitar o Bernardo,não deveria estar bom da cabeça.

PERPÉTUO MOVIMENTO

Aquilo era um frenesim. Sempre que aparecia, era com um ar açodado,de quem não tinha um minuto a perder,tanto mais com ninharias,coisas sem importância,lá do outro,era o que faltava,pois tinha mais que fazer,coisas de grande urgência,enfim,coisas lá dele,só dele.
A casa onde morava era dele,um casarão,de vários andares,e ele ocupava dois,um para a família,e outro só para ele,para as suas obras. Não se sabia o que ele por lá fazia. O que se sabia era que, em tempos muito recuados,não havia aparelho a precisar de concerto que se lhe levasse que não saísse das suas mãos como novo.
Naquela altura,não se lhe levando aparelhos doentes,ele,para se enteter,iria desarranjando os aparelhos que lá tinha,para os arranjar de seguida,num perpétuo movimento.

INCHAR,INCHAR

Como elas tinham crescido. Bastara uma tarde,uma noite,uma manhã. Quase tinham duplicado. Mas onde quereriam elas chegar,era caso para perguntar,que nunca se dera com uma coisa assim? O coração alargara-se,alargara-se tanto,que parecia ir rebentar.
Tratava-se de folhas da base,mais propriamente,dos rebentos das raízes,das folhas de baixo,de um verde muito fresco,quase translúcido. As de cima,as lá do alto,estariam quase na mesma,quer dizer,com a sua forma de coração,um coração,nem grande,nem pequeno,um coração normal,talvez um pouco mais outoniço,que o tempo não perdoa.
Que quereriam aquelas novas folhas,acabadas de chegar,com aquele inchar,inchar,quase a estoirar? Quem quereriam elas imitar,que ideias teriam elas,que ideias?

terça-feira, 14 de julho de 2009

LAKE SUPERIOR

http://www.flickr.com/photos/jimbrekke/306215196/sizes/o/

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http://www.flickr.com/photos/jimbrekke/276154218/sizes/o/

http://www.flickr.com/photos/mischiru/535712763/sizes/l/

http://www.flickr.com/photos/jimbrekke/317092711/sizes/o/

WATER DESALINATION SYSTEM

http://www.sciencedaily.com/releases/2009/07/090713144124.htm

O OURO DO BRASIL

No século das luzes,o ouro do Brasil inunda Portugal. Em 1699,chegam a Lisboa 725 kg de ouro;de 1718 a 1731,Lisboa recebe de 6 a 8 toneladas anuais;de 1735 a 1756,entre 11 e 16 toneladas. No total,a Coroa portuguesa arrecada perto de 1000 toneladas de ouro durante o século XVIII.

DEJANIRAH COUTO
História de Lisboa p.181
Gótica
2003

WIND´S POWER POTENTIAL QUANTIFIED

http://www.scientificamerican.com/podcast/episode.cfm?id=winds-power-potential-quantified-09-06-26

WAVE ENERGY CENTRE - EVENTS

http://www.wavec.org/index.php/54/events/

COVA FUNDA

O contraste não podia ser maior. Em cova funda,cava que cava,os trabalhadores lá iam,
penosamente,fazendo o seu trabalho,e ele,o encarregado,ou lá o que era,todo janota,bem penteado,de traje desportivo,não havia meio de largar o telemóvel.
Suavizava a chocante situação,suavizaria o esforço que ali perto estava a ser gasto, a música que vinha de uma creche próxima,onde algumas crianças dançavam e batiam palmas ao ritmo dela.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

DESERTEC SOLAR PROJECT

http://www.spiegel.de/international/world/0,1518,630948,00.html

PRÓXIMA VEZ

Ele ali estava,sentado no banco,como de outras vezes. Terá uns trinta,quarenta anos. O seu ar é pacífico,o seu ar é ausente. Quando se passa na sua frente,olha,apenas,como se ali não estivesse,como se escondendo. Estará à espera de que se lhe fale?
De vez em quando,muda de poiso, mas só quando não vê concorrente. Parece não querer intimidades. Mas será assim? Só há que tentar esclarecer,que vezes não faltarão. Tavez para a próxima vez.

FORÇA E FRAGILIDADE

Aquela era uma força que parecia imparável. À volta da árvore,rebentos irrompiam cheios de viço,tapando o chão. As folhas eram largas,em forma de coração,e eram muito finas,quase transparentes,talvez pela febre de crescerem.
As hastes que suportavam as folhas eram esguias,mas lá se amparavam,fruto da união que reinava ali. As suas extremidades mostravam orgãos incipientes,que bem depressa se realizariam,como tudo o resto.
A força que ia por ali e a fragilidade também,tal como a força e a fragilidade de um começo de vida,de todas as vidas.

RITMO DAS ONDAS

E as ondas avançariam e recuariam,como sempre o teriam feito,e não deixariam o que quer que fosse na areia,a não ser espuma,uma espuma muito branca,como,aliás,sempre o teria sido,desde que aquela praia se teria formado ali.
Algumas gaivotas passeariam sobre a areia molhada,tal como o teriam feito noutras alturas,elas,
ou outras da sua geração,ou de outras do passado estendido,quando o tempo assim o permitisse. E talvez lhes apetecesse acompanharem o ritmo das ondas,recuando ou avançando com elas.
Nada perturbaria aquele sossego,aquele avançar e recuar das águas,aquele recuar e avançar das gaivotas,se a elas lhes apetecesse,porque não havia gente por ali,nem em parte alguma.

COISAS LIGEIRAS

Eram coisas que se diziam,que apareciam em jornais,em letra gorda,não se sabia bem para quê,se só para os venderem,se para mais alguma coisa. E essas coisas pareciam ser ridículas,e essas coisas tinham cara de serem marginais,quer dizer,mem aqueciam,nem arrefeciam,pelo menos parecia.
E essas coisas eram,depois,lidas,tinha de ser,senão não se compravam os jornais. E, depois ainda,essas coisas eram repetidas,em conversas várias,lá em casa,à mesa,nas mesas dos cafés,
nos empregos,nas ruas,por toda a parte. Os ares ficavam saturados com essas coisas ligeiras,ridículas,impróprias,parecia,para serem respiradas por gente que gostaria de fazer coisas com jeito.
Seria isso que se pretendia,seria isso que se desejava? Ora bolas para essas coisas ridículas,
ligeiras,que apareciam em jornais,coisas desmoralizadoras,coisas desmotivadoras,coisas sem jeito nenhum,coisas que não serviam a ninguém,nem mesmo,era de se dizer,a quem as lá punha,essas coisas ridículas,ligeiras.

APENAS SOFRER

Se a vida é luta,luta de contrários,se a vida é dura,violenta,se a vida é isso que se tem desenrolado ao longo de milénios,se a vida é dor,se a vida são lágrimas,então,qual seria a alternativa?
A não existência,apetece dizer,quando não se pode mais com tanto desentendimento,sempre renovado,com tanta oposição,com tanta arrastada tristeza,com tanta gente com fome de pão e de tanta coisa mais,com tanta gente desamparada,à deriva,com tanta gente entregue a si mesma,com tanta vida condenada a sofrer,apenas sofrer.
Para quê o ter nascido,pois? Para quê? Se "nada" muda,se está sempre "tudo na mesma",se soluções não aparecem,soluções abrangentes,a caminho do definitivo,mas apenas tímidas experiências,aqui,ali,para mostrar trabalho,para se ganhar protagonismo,porque parece bem,porque é bonito...

domingo, 12 de julho de 2009

SEQUOIAS

http://www.flickr.com/photos/qifei_20/3056542554/sizes/l/

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http://www.flickr.com/photos/gouldy/3015877401/sizes/l/

EVEREST - THE TOP OF THE WORLD

http://photography.nationalgeographic.com/staticfiles/NGS/Shared/StaticFiles/Photography/Images/Content/snow-veiled-peaks-700898-xl.jpg

http://photography.nationalgeographic.com/staticfiles/NGS/Shared/StaticFiles/Photography/Images/Content/everest-evening-light-640507-xl.jpg

http://photography.nationalgeographic.com/staticfiles/NGS/Shared/StaticFiles/Photography/Images/Content/pumori-base-camp-640515-xl.jpg

DECLINING ARAL SEA

http://www.sciencedaily.com/releases/2009/07/090710092228.htm

COSTAS VIRADAS

Não era caso para dizer que se tinha obrigação. E isso,porque, vistas bem as coisas,ou,pelo menos,vistas de uma certa maneira,ninguém seria obrigado a nada.
Mas pensando em certas coisas que não vale a pena estar para aqui a indicar,ainda que não houvesse obrigação,pelo menos,por uma questão de atenção,pelas atenções que se tinham tido,seria motivo para que se tivessem dado certos passos.
Não se tinham dado,porém,esses passos,talvez por não se terem tido certas atenções a que se julgavam com direito. Quer dizer,não se tendo dado esees passos,era assim como um certo alguém tivesse ido desta para melhor,ficando o caso definitivamente arrumado.
E não se tiveram essas atenções porquê? Ora,porque é que haveria de ser,já que o mundo não há meio de mudar de cara,talvez por se dar bem com ela. Por se sentirem muito ofendidos,por se sentirem credores ,e não o contrário. É ,afinal,o resutado de haver o tal famigerado par, sempre de costas viradas,o EU e o TU. E assim,não há nada a fazer,a não ser ter paciência.

O QUE SE VÊ

Eram três irmãos,lá na santa terrinha,lá para o cabo do mundo. Em casa,se pobreza não havia,riqueza também não era coisa que se visse por lá. Dava para ir entretendo,que,quando mal,nunca pior.

E assim,o mais velhinho,logo à primeira oportunidade,escapou-se,fazendo-se à vida. Em boa hora o fez,que a vida sorriu-lhe. Nesta maré alta,chamou os irmãos. Um,veio,mas o outro,nem pensar,

que ele gostava muito lá dos ares que sempre tinha respirado,e de andar atrás de uma junta de bois,o seu encanto.

Coitado dele,que por lá foi ficando. Nem os ares,nem a rabiça do arado,nem os bois,o ajudaram muito,só o suficiente para se ir amparando. E o pior era ele,de vez em quando,pôr-se a cismar no que tinha perdido. Os dois irmãos,lá fora,a viverem bem,e ele,para ali,ao sol,à chuva,ao vento. Uma grande tristeza.

E aconteceu o que tem acontecido tantas vezes. Para afogar as tristezas,fez o que muitos têm feito,afogando-as em vinho.

É,afinal,a vida,que a uns, sai rósea,e a outros, é o que se vê.

sábado, 11 de julho de 2009

NADA MAIS

Os olhos dele faiscavam,de irritado. Ele achava-se muito seguro no lado em que tinha poisado,estando,até,a ganhar muito com isso,ou,pelo menos,parecia,que o seu estar era de quem tinha acertado em cheio.
E não havia meio de descobrir de que lado estava o outro,por não admitir que alguém não estivesse em qualquer lado,como naquele em que se instalara com armas e bagagens,mas nunca num de que ele não gostava mesmo nada.
E naquela tarde,estando a sala cheia,como ele desejaria,não se conteve. Irra,que,mais uma vez,se não fica a saber de que lado está ele,talvez,desta vez,nem querendo admitir que o outro estivesse,apenas,no lugar dele,nada mais,e bastava.

O RESTO

Eram duas,quase em frente uma da outra,uma,que comprava,a outra,que vendia. A que comprava, era bonita,e sabia disso muito bem,com provas prestadas,passando com vinte,e,além disso,tinha o resto. A que vendia, para lá caminhava ,a passos largos,para o bonito,mas sem o resto,coisas que acontecem,vá-se lá saber porquê.
Os olhos que a que vendia deitava à outra,a sua rival. Se eu tivesse tido a sorte que tu tiveste,e,ainda por cima, com o resto,também eu estava assim como tu,aí a mandar, com esse à vontade,como se tudo fosse teu ,sem contestação,como se fôsses dona do mundo.
Mas estou aqui,deste lado da barricada,do lado dos que ainda não conseguiram estar do teu lado,com essa carinha que eu poderia ter tido,e não tenho,embora eu gostasse muito de a ter,que era sinal de que me tinha saído,também, o resto.

NÃO HÁ MELHOR

Oh amigo,não é que eu esteja para aqui armado em defensor dos bancos,longe de mim uma tal coisa ,mas já reparou no grande serviço que eles nos prestam,guardando lá muito bem guardado o nosso rico dinheirinho, que nos custou tanto a ganhar,e,ainda por cima,dar-nos em troca alguma coisinha,que não é muita,é certo,mas sempre se vê,já reparou?
Aonde é que nós o haveríamos de pôr,lá o nosso rico dinheirinho,não me diz? Debaixo do colchão,nalguma meia,lá entre a roupa,tudo muito bem disfarçado,por causa das coisas,sob uma tábua do soalho,num buraco escondido lá na dispensa,esses sítios de que um profissional se ri,que eles sabem-na toda?
Assim,está lá o nosso rico dinheirinho muito bem guardado,como já disse,e quando queremos algum,sem estar a olhar desconfiado,para trás,ou para os lados,vamos lá buscá-lo,como se estivéssemos na mercearia,que eles dão-nos logo,e com bons modos. Quer melhor coisa do que isto? Eu cá digo que não há melhor. Livramo-nos de mais preocupações,que as que temos por outras vias já nos chegam,e sobejam,não deviam ser tantas,até,preocupações do diabo a sete,de assaltos,dos muitos que se podem fazer,que imaginação não lhes falta,de incêndios,eu sei lá,olhe,de tudo,que elas são como aos coelhos,que é um ver se te avias.
Ainda lhes devíamos agradecer,pois então,e até sermos nós a pagar-lhes,mas isso fica aqui entre nós,não vão julgar que eu estou ao serviço deles,que ando para aqui a fazer campanha,como anda para aí muita gente,ao mando não se sabe de que interesses,ou sabe-se,mas nem quer acreditar que possa ser assim. Mas isso fica para outra altura,que,agora,o amigo tem de concordar,que os bancos nos prestam um grande serviço é uma grande verdade,até é para admirar nos tempos que correm,tempos do venha a nós,venha a nós.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

UM INVENTÁRIO

O homem das sete léguas. A mulher dos esconsos de portas de prédios. A velhota entre dois carros,em berma de rua movimentada,aliviando-se. O dos abraços a senhoras,nas ruas. A passageira,de pernas enganchadas,de uma traquitana já muito gasta. O que tinha como vizinhos gatos sem eira nem beira. Os de à volta cá te espero. O tribuno orando aos pombos. O rapaz da trança até à cintura,e da casa abandonada,com os seus dois grandes cães de estimação. Os de vinganças. O que visitava meticulosamente contentores de lixo,com uma vassoura na mão,não fosse sujar a rua. O eterno batedor em portas certas,que a vida tem de ser suportada. O homem das dez léguas,e muitas mais,que, um dia,ainda iria ao fim do mundo. Os velhinhos imitando remadores de galés,das fitas,antigas,ou modernas. Os videirinhos. O andarilho,de botas de gigante,que tratava todos por doutores,burro é que ele não era. O casal que inventara um novo calorífero,o seu amigo cão. A senhora que falava pelos cotovelos com quem passava. A velhota que parecia voar. O janota colector de beatas. O parado em qualquer sítio,à espera de alguém,que já tinha partido para sempre. O do chapéu às três pancados,especado,suspenso de moças que ele perto via. Os telemóveis sempre engatilhados. Os cigarros em bocas de donzelas e de senhoras. Os condutores de automóveis,ao telefone. O filho, já homem,na peugada da mãe velhinha. Os dos amigos são para as ocasiões. Os que dizem coisas pela primeira vez. Os do só eu é que sei,é que vi,mais ninguém. Os do dantes é que era bom. Os do ai se eu mandasse,ia tudo raso. Os das casas que estão para ali. Os espertos. Os da poeira para os olhos. Os troca-tintas. Os pobrezinhos. Os pobrezinhos que sonham,que querem ser ricos,também têm direito,porque não?
Os ricos,que não querem ser pobrezinhos,também têm direito,porque não? ...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

TERMO DA FESTA

Dava gosto olhar para aquelas copas em Maio,e mesmo em Junho. Eram copas densas,
encorpadas,sem uma aberta,por pequenina que fosse,como uma barreira que ali se tivesse formado.
Depois,o verde das folhas já não era aquele verde da arrancada,um verde aguado,da renovação,
era um verde adulto,em pleno viço. E também não era aquele verde que viria depois,já em Julho,um verde carregado,um verde outoniço,um verde de começar a despedir-se,a anunciar o termo da festa de mais um ano.

THE TRAGEDY OF THE STREET OF FLOWERS - EÇA DE QUEIROZ

http://www.dedalusbooks.com/top.php?id=00000014&s=1

"BEST OF" GALLERIES

http://photography.nationalgeographic.com/photography/article/best-of-pod-hub.html

COM MEDO

Um caso talvez para pensar,um caso,pelo menos,para sorrir. Era lá longe,não no fim do mundo,mas longe,onde bichos maus faziam pela vida. E eram dois trabalhadores que andavam por lá tratando,também,da sua vida.
Um deles,que por lá andou uns escassos dias, não largou a carabina,o outro,que por lá andou uns longos quatro meses,não largou o canivete. Não consta,porém,que a carabina e o canivete, alguma vez, fossem postos à prova.
A carabina via-se bem,pois estava bem à vista,mas o canivete ia num bolso. Sabe-se lá,pensariam os bichos maus,o que ele traz lá escondido? E nem espreitavam,com medo.

CADEIA DE VIDA

É um encanto aquela nascente,sempre a jorrar,dia e noite,noite e dia. Brota a água com ímpeto,como que falando,dizendo que está ali,para lavar,e durar. Está lá num alto,mas ali à volta,há altos mais altos.
Sai a água de uma fresta de rocha dura. Fará isso,não desde o princípio do mundo,que o mundo deu muitas voltas,mas desde há muito,muito tempo. Fazendo-lhe sombra,erguem-se,pujantes,
meia dúzia de palmeiras muito juntas,ali postas para grandes ócios,que aquele canto é quase paradisíaco. Muita história este canto terá para contar.
Dantes,aproveitando aquele manancial,criou-se por ali muita hortaliça,depois veio o abandono. Mas não há mal que sempre dure,e hoje,lá encanta um ou outro que a visita,ainda que veja aquele caudal enfiar-se pelas funduras,talvez a alimentar outras nascentes. Será ela o elo de uma cadeia,de uma cadeia de vida.

EXPANSÃO DO CANAL DO PANAMÁ

http://oglobo.globo.com/economia/mat/2009/07/08/sacyr-impregilo-tem-melhor-oferta-por-obra-no-canal-do-panama-756732651.asp

quarta-feira, 8 de julho de 2009

ESKDALE - HARD KNOTT ROMAN FORT,CUMBRIA,UK

http://www.visitcumbria.com/wc/hardfort.htm

DRAMATIC ARCTIC SEA ICE THINNING

http://www.sciencedaily.com/releases/2009/07/090708103212.htm

ATÉ UM DIA

Naqueles antigos tempos,que,felizmente,não mais voltaram,eles,os tempos,bem sabiam porquê,aconteciam coisas muito estranhas,que não lembrariam ao diabo mais diabo,sim,porque há diabos,e diabos,toda a gente o sabia,naqueles tempos.
Ia-se lá entender uma coisa daquelas. Quando eram os verdes a mandarem,aqui d'el-rei,ou coisa parecida,que assim não se podia viver como devia ser,estava tudo pela hora da morte. Quando eram os amarelos a fazer o mesmo,quer dizer,a mandarem,que há moralidade,ou comem todos,aqui d'el-rei,ou coisa parecida,que assim não se podia viver,que era um sufoco,que dantes é que era bom.
Ia-se lá entender uma coisa daquelas. Felizmente,as coisas mudaram muito,a partir de certa altura,vá-se lá saber porquê,coisas que aconteciam,talvez por acaso,ou por outra intervenção,quiçá misteriosa,do diabo ou não,pois diziam por lá que não havia só diabos,não se sabia era o que era.
Mas mudaram assim tanto? Era bem evidente que mudaram. Às segundas,quartas e sextas mandavam os verdes,às terças,quintas e sábados mandavam os amarelos. Quanto aos domingos,era domingo,sim,domingo,não. O certo é que ficou tudo satisfeito,até um dia.

CACOS

A vida estava difícil,diziam,até,alguns que estava impossível.Vivia-se rodeado de ameaças,não sendo menor a do desemprego. Os ânimos andavam,naturalmente,com muito má cara,dispostos a não se sabia ainda o quê,talvez mais alguma irracionalidade,que uma situação daquelas nunca fora boa conselheira.
Mas, um dia,talvez um dia negro,de muita tempestade,julgaram ter descoberto a solução para tanto mal que os afligia,submergia,mesmo. Havia que descarregar as culpas em alguém. Alguém devia ser responsabilizado por tudo quanto vinha acontecendo. E depressa,que já se tinha perdido muito tempo,e tempo é que se não podia perder,porque tempo,mau,ou bom,já não voltava para trás,o que deixava alguns muito deprimidos,porque tinham pensado,anos antes,mandar no tempo.
E o que se lhe havia de fazer a esse único responsável,sim,único,porque os outros,todos eles,ricos,
pobres,assim assim,não tinham culpa alguma? Ora,o que havia de ser? Malhar nele,pois então,malhar nele,a torto e a direito,de qualquer maneira,de forma a ele não mais poder fazer qualquer maldade,daquelas maldades que só ele era capaz de fazer,pois tinha nascido para isso.
E quem era esse fora de série,um que a máquina do tempo tinha produzido,ainda estava por se saber como?
Ora,quem havia de ser? O tal,aquele que morava lá,em certo sítio,onde apareciam coisas sem se saber como,porque naquela terra não se sabia como é que apareciam tantas coisas que não lembraria ao diabo,coisas que vinham lá de épocas remotas,parece que era um jeito especial,que só essa gente tinha,e que era o de destruir,destruir,por terem azar a coisas inteiras,por só estarem interessados em cacos,em pó,em nada,ou melhor,cada um em cada um,que o resto era tudo "inimigo".

terça-feira, 7 de julho de 2009

VINEGAR A HEALTH PROMOTER

http://www.sciencedaily.com/releases/2009/06/090622103820.htm

CLIMATE CHANGE AND POVERTY

http://www.oxfam.org/en/pressroom/pressrelease/2009-07-06/millions-face-climate-related-hunger-seasons-shift-and-change

ARMANDO GASPAR INSECTARIUM - XXII
















From the blog OLHARES DA NATUREZA





NEM UM COELHO

Pobres abibes. Ninguém lhes ligava,que por ali havia caça de muito mais valia. Assim,andavam por lá,descontraídos,bicando onde calhava,onde dessem com um bichinho. Pensavam eles,
coitados,que nenhum mal os atingisse. Pois engaram-se muito naquele fim de tarde.
Tinha sido um dia para esquecer,por nem uma lebre,nem uma perdiz,nem mesmo um coelho,lhes ter aparecido a jeito. Andavam todos bem avisados. Pobres abibes. Descarregaram neles toda a metralha que estava guardada para mais altos feitos. Nem almas se lhes aproveitaram.

OS ATREVIDOS

Não perdiam uma oportunidade,chegando mesmo a forjá-las,para amachucarem quem quer que fosse,alguém que estivesse,imaginavam, inventavam,que lhes estivesse a ir aos bolsos,esses sagrados lugares.
Punham-se de olho bem aberto,e de ouvido bem afinado,dia e noite,noite e dia,sem descanso,para não perderem a mínima ocasião de lhes tratar da saúde,que todas serviam,mesmo o que se olhasse,o que se escutasse,nada valesse,aparentemente.
E,então,tendo-os apanhado,bem seguros,malhavam,malhavam,até se fartarem,que eles não lhes perdoavam a mínima suspeita de lhes quererem ir às algibeiras,esses lugares sagrados. E,depois,punham-se a rir,a rir muito,porque os atrevidos,os "inimigos",ficavam para ali como mortos.

GREENWICH MARITIME MUSEUM

http://www.nmm.ac.uk/

segunda-feira, 6 de julho de 2009

INDIA CHAMPOLION PAINTINGS - PEABODY MUSEUM

http://140.247.102.177/col/shortDisplay.cfm?StartRow=1

UMA COISA DAQUELAS

Uma coisa muito estranha aquela que em certa terra se passava. Então, não é que todo o empregado que,um dia,virava a patrão,não mais via um empregado a direito? E,de igual maneira,um patrão que,num outro dia,virava a empregado,não mais via um patrão a direito. Tendo acontecido as duas coisas na mesma pessoa,que a vida tinha dessas coisas,era caso para perguntar como era possível uma coisa daquelas?

ARCTIC BOOTS AND MORE - PEABODY MUSEUM

http://140.247.102.177/col/shortDisplay.cfm?StartRow=1

WHAT ARE PHYTOPLANKTON

http://earthobservatory.nasa.gov/Features/Phytoplankton/

TANTO FAZ

O favor,a ajuda,tinha sido grande,podia dizer-se,mesmo,vital. Seria,portanto,de elevadíssimo preço,a pedir um reconhecimento para sempre. Isso significaria,igualmente,uma,também,grande dívida,de um tamanho tal que seria quase impossível resgatar.
Coisa tremenda era,pois,o que estava vivendo quem fora objecto de tudo isso. Ficar sempre em dívida era como ter continuamente sobre ele os olhos do outro,a lembrá-lo,a exigir-lhe não se sabia o quê,talvez sujeição,talvez o pagamento da conta.
Tal situação dir-se-ia insustentável,exigindo uma saída airosa,para se poder viver de cabeça levantada,não como até ali,um inferno. Uma delas,era ir para longe do credor,assim como riscá-lo da vida. A outra,era desvalorizar a benesse,reduzindo-a a nada. Aquilo,nem um pobre aceitaria,uma miséria sem nome. Não se sabia era como tinha sido aceite,só explicável por ter sido apanhado num estado de muita fraqueza.
Enfim,era a vida,a vida de todos os dias,uma vida de luta,uma vida do salve-se quem puder,que a todos toca,sem uma únca excepção,que o eu não pode com o tu,ou o contrário,tanto faz,que vai tudo dar ao mesmo.

domingo, 5 de julho de 2009

CHITIMATCHA BASKETS

http://140.247.102.177/col/shortDisplay.cfm?StartRow=1

BIG-TIME BARBECUE - MEALHADA,PORTUGAL

http://online.wsj.com/article/SB10001424052970204556804574261972756515860.html

OCEAN MICROSCOPE REVEALS SURPRISING ABUNDANCE OF LIFE

http://www.whoi.edu/page.do?pid=7398&tid=282&cid=14746

EXITING THE POVERTY TRAP

http://www.pnas.org/site/misc/highlights.shtml#poverty

O SEU CÃO

Que amizade aquela,que lealdade aquela,a daquele cão. Não as iria trocar por outras. Depois o consolo que ele lhe dava,sempre ali às suas ordens,docilmente,sem regateios.
Só se sentia bem junto dele. Além do mais,tratava-se de um lindo animal,e forte também. A figura que ele fazia,levando-o ,ali ,ao seu lado,uma figura ainda maior da que faria se ele acompanhasse um rei.
Não o trocava por nada. Seria sempre o seu cão, até que a morte os separasse.

UMA GRANDE INTERROGAÇÃO

E ele ficara-se ,ali,naquele sítio,não importa qual,um qualquer,ficara-se,ali,sozinho,com aquela pergunta. E se fosse aquele sítio o último,entre os outros muitos sítios onde estivera já,que a sua vida já ia longa,talvez demais? Sim,se fosse o último?
Mas que importava isso,se fosse aquele sítio o último? Não eram os sítios,ao fim e ao cabo,todos iguais,para quem seria aquele o último?
Poderia ter sido o último,até,o primeiro em que estiivera. Que adiantaria ter sido o primeiro,ou o último,se os sítios eram todos iguais,com o mesmo Sol,quando ele aparecia,com a mesma Lua,
quando ela surgia?
Então,porque não deveria ser o primeiro o último? E que importava ter sido o último,se para lá de um qualquer tudo igual era,ou seja,uma grande interrogação.

OS ALVOS

Não se sabia como se faziam ainda certas afirmações,quando elas já eram muito sabidas . Talvez fosse por se estar muito esquecido já,talvez por se julgar os outros esquecidos,talvez por terem engraçado com elas,por lhes dar jeito,dado que os alvos delas variavam.
O mais divertido era fazerem-se essas afirmações com um ar todo pomposo,como tivesse sido a primeira vez que elas eram ditas,talvez porque quem as fazia não era um qualquer,e isso faria esquecer as muitas vezes que elas tinham sido ditas por outros sem a mínima importância.

sábado, 4 de julho de 2009

AN OPPORTUNITY WE CANNOT WASTE

Science 3 July 2009:Vol. 325. no. 5936, p. 11DOI: 10.1126/science.1175089

Editorial
An Opportunity We Cannot WasteThomas R. Pickering
The struggles against world poverty are more challenging than ever, given the global financial crisis. At the London G-20 summit in April, leaders of the world's largest economies acknowledged that financial recovery could be sustained only if progress is made in alleviating world poverty. Thus, the path to stable worldwide recovery requires that the issues of economic growth, development, and poverty be seen as linked with the key drivers of food, water, and health, just as climate change is now linked to the key drivers of energy and environment.
Thomas R. Pickering served as U.S. ambassador to the United Nations and Russia and to countries in Asia, Africa, Central America, and the Middle East, and was U.S. Undersecretary of State for Political Affairs from 1997 to 2001.

RUAS DA AMARGURA

Eles sabiam muito bem,melhor,até, do que ninguém,que eram precisos,muito precisos,como de pão para a boca. Eles sabiam muito bem,melhor do que ninguém,que não se podia passar sem eles,pois não havia outros que fizessem tão bem o seu serviço,visto terem eles nascido já para isso.
Não havia,assim,nada a fazer,a não ser suportá-los,e,mais ainda,agradecer-lhes muito, por prestarem um serviço que a maior parte lá das gentes não queria,ainda que lhes pagassem fortunas. Além de tudo o mais,não estavam para serem constantemente enxovalhados,andando lá pelas ruas da amargura.

OS MEIOS

Muitos milhões,lá no passado estendido, padeceram de males que não tinham tido cura,apsar de haver cura para eles. O que faltara tinham sido os meios para acabar com esses males,ainda que meios houvesse,meios para adquirir os meios que curariam.
Muitos outros milhões a haver viriam a padecer desses mesmos males,e,se calhar,de outros males,que males estavam sempre a aparecer.porque continuariam,pelo que se sabia de vários passados,a faltar os meios.
Era assim,não havia nada a fazer ,a não ser,impedir que esses mais milhões viessem aí,sabendo-se que iriam padecer de males incuráveis,por não haver meios.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

TANTO APROVEITAMENTO

É de perder a cabeça, com tanta gente,com tanto engano,com tanta complexidade,com tanta incerteza,com tanto egoísmo,com tanta vaidade,com tanto teatro,com tanta ambição,com tanta esperteza,com tanta dependência,com tanto protagonismo,com tanto quer,com tanta insinuação,com tanta precaridade,com tanta competição,com tanto exagero,com tanto exijo,com tanta necessidade,com tanto aproveitamento. É de perder a cabeça.

TANTO TEMPO

A esperança. Um "lugar". Um "lugar" difuso. Um "lugar" de encontro. Um "lugar" lá longe,tanto tempo para lá chegar.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

EARTH FROM THE SPACE

http://earth.jsc.nasa.gov/sseop/efs/

U. S. CORN AND SOYBEANS

Corn is the biggest U.S. crop, valued at $47.4 billion in 2008, with soybeans in second place at $27.4 billion government figures show. The U.S. is the largest producer and exporter of both crops.

From http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20602013&sid=aIQY14m.5S1Q

BIBLIOTECA DE JARDIM,LISBOA - PORTUGAL

http://www.flickr.com/photos/biblarte/3246915413/sizes/l/in/set-72157613270274356/

The Commons,Biblioteca de Arte - Fundação Calouste Gulbenkian

PAZ DOS ANJOS

Aquilo,naqueles muito recuados tempos,estivera mal,mesmo muito mal. Nunca estivera,até, assim tão mal,pelos registos havidos,não se sabendo de quem a culpa era.
Os empregados diziam que a culpa era dos patrões,que queriam tudo para eles. Os patrões,por seu lado,diziam que a culpa era dos empregados,por não se esforçarem como deviam,pelo que,assim,o negócio não dava,sendo que o melhor era fecharem as portas,e que cada qual se arranjasse lá como pudesse.
Queria isto dizer que patrões e empregados não se entendiam,chegando,até,a zangarem-se muito,o que era muito triste.
Felizmente que tão desagradável situação mudou muito,a partir de certa altura,nunca se sabendo porquê,passando a haver uma paz tão perfeita como a dos anjos,ainda que patrões e empregados o não fossem. Coisas que acontecem,felizmente.

DE BOM CONSELHO

Tinha de ser,já estava demorando, até,invocar Deus. Fica bem,parece bem,é de bom conselho. Pena é que apenas seja invocado quando a tempestade está ali,à porta,a querer fazer das suas. E invocá-lo, mesmo que não se Lhe ligue no resto do tempo,mesmo que se esteja nas tintas para Ele no resto dos dias.

CARA DÚBIA

Há expressões com uma evidente cara de inacabadas,e,mais ainda,com cara dúbia,suspeitosa,
escondendo alguma coisa na manga,às vezes,tão mal escondida,que se vê logo o que é,não se percebendo porque não é mostrada,pois ,assim, evitava-se o trabalho de a esconder.

MENTIR

Há palavras que não deviam ser ditas em certas situações,como na praça pública,qualquer que seja o palco,pelo menos,tão repetidamente,porque,assim,muito repetidas,arriscam-se a não terem sentido,arriscam-se,entre outras coisas, a que ninguém lhes ligue,a elas,e a quem as profere. Uma dessas palavras é mentir.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

ARMANDO GASPAR GARDEN - XV

















From the blog OLHARES DA NATUREZA




DE TUDO

Coitado dele,estaria perdido,era ele ainda um moço. Perdido era um modo de dizer,bem entendido,pois sabia-se lá o que lhe iria suceder,indo ele ainda no ínício da caminhada?
Pensara-se aquilo só pela linguagem selecta que ele usava,uma linguagem de sarjeta. Foram meses a suportá-lo. Estaria marcado para sempre,dali não se poderia esperar nada de jeito.
Pois parecia,e bem,que tal não iria acontecer. Olha,quem é? Então,por aqui? E de bicicleta,a uma hora destas? O calor era de rachar.
E ali andava ele,de povoado em povoado,tratando de almas. A alma dele, que parecera já não ter ponta por onde lhe pegar,estaria de cara lavada,como nunca teria estado. Quem o teria achado capaz,ele, um rapazola lá da grande cidade,crivadinho de vícios,andar por ali,por acolá,onde calhava,feito caixeiro viajante de boa nova,cuidando de almas ?
Vá lá uma pessoa fazer vaticíneos. As pessoas são capazes de tudo,de bom,e de mau,ou,melhor,do que se julga bom, ou mau. Vá-se lá dizer que dessa água não se beberá.

TUDO VELHO

O diabo daqueles dois. Ele havia cada um,ou,melhor,cada dois. Nada lhes doía,pelo menos não estavam para dizê-lo,para não estragar o ambiente,as famílias não os ralavam,se lhes apetecesse podiam ir dar uma volta,mesmo grande,pois tinham lá debaixo do colchão uns trocos que davam para isso,enfim,eram uns felizardos.
Não admirava,pois,que pusessem umas caras sorridentes,e que passassem o tempo que ainda lhes restasse a contar as suas "grandes vitórias",que das pequenas não valia a pena,e das derrotas,nem pensar,sobretudo aquelas em que tinham ficado muito em baixo. De resto,não faziam mais do que imitar outros,se calhar todos,uns mais tarde,outros mais cedo,o costume,desde que o mundo era mundo,pois que não havia nada de novo,ou, melhor,era tudo velho.