O homem das sete léguas. A mulher dos esconsos de portas de prédios. A velhota entre dois carros,em berma de rua movimentada,aliviando-se. O dos abraços a senhoras,nas ruas. A passageira,de pernas enganchadas,de uma traquitana já muito gasta. O que tinha como vizinhos gatos sem eira nem beira. Os de à volta cá te espero. O tribuno orando aos pombos. O rapaz da trança até à cintura,e da casa abandonada,com os seus dois grandes cães de estimação. Os de vinganças. O que visitava meticulosamente contentores de lixo,com uma vassoura na mão,não fosse sujar a rua. O eterno batedor em portas certas,que a vida tem de ser suportada. O homem das dez léguas,e muitas mais,que, um dia,ainda iria ao fim do mundo. Os velhinhos imitando remadores de galés,das fitas,antigas,ou modernas. Os videirinhos. O andarilho,de botas de gigante,que tratava todos por doutores,burro é que ele não era. O casal que inventara um novo calorífero,o seu amigo cão. A senhora que falava pelos cotovelos com quem passava. A velhota que parecia voar. O janota colector de beatas. O parado em qualquer sítio,à espera de alguém,que já tinha partido para sempre. O do chapéu às três pancados,especado,suspenso de moças que ele perto via. Os telemóveis sempre engatilhados. Os cigarros em bocas de donzelas e de senhoras. Os condutores de automóveis,ao telefone. O filho, já homem,na peugada da mãe velhinha. Os dos amigos são para as ocasiões. Os que dizem coisas pela primeira vez. Os do só eu é que sei,é que vi,mais ninguém. Os do dantes é que era bom. Os do ai se eu mandasse,ia tudo raso. Os das casas que estão para ali. Os espertos. Os da poeira para os olhos. Os troca-tintas. Os pobrezinhos. Os pobrezinhos que sonham,que querem ser ricos,também têm direito,porque não?
Os ricos,que não querem ser pobrezinhos,também têm direito,porque não? ...
sexta-feira, 10 de julho de 2009
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