A cama de nascimento não tinha sido de palha,mas há volta havia muita. O vento soprava forte e frio e as frinchas deixavam entrar algum. Melhor assim. O menino começava cedo a suportar as intempéries,enrijando-o. E mais ainda. Por aquelas bandas ,tinha passado,em tempos muito lá para trás,gente desses países estranhos do Norte,fixando-se ou deixando descendência. Eram correntes,pois,os cabelos de oiro vivo e os olhos do azul do céu. E foi assim que ele veio,bonito como um príncipe.
Com o correr dos anos,a beleza e a fortaleza aprimoraram-se. Faltava ali a riqueza. Bem tentou. A subida não foi por aí além,como desejava,mas não se podia queixar muito. De forte imaginação e de fácil convívio,frutos,certamente,da tal provável ascendência,conseguiu entrar em altos meios. Isso o compensou e não perdia ocasião para o mostrar. E era de estarrecer o estendal de nomes ilustres,da melhor nata. Desfiava conversas onde a intimidade definia a situação.
De vez em quando,procuravam fazê-lo descer,mas não havia meio de se conseguir. Ou desandava,ou retomava o fio da meada rica. Só nas alturas é que se sentia bem. O ar era mais puro e as vistas mais agradáveis.
domingo, 25 de maio de 2008
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