terça-feira, 20 de maio de 2008

LAVATÓRIO NUNCA VISTO

Aquilo foi um salto quase mortal. Mas porque se tratava de moços já muito calejados por outras lides,não houve mortos a registar.
Depois de uma noite bem passada,entre lençóis de pano cru,um lavatório por eles nunca visto esperava-os. A surpresa foi grande,mas bem depressa se recompuseram.
Tratava-se de um vasto tanque rectangular,que em tempos servira para dessedentar quadrúpedes. Três bicas,de volumoso caudal,encarregavam-se do serviço.
Deixando de haver tal clientela,aquelas bicas e aquele vasto tanque não podiam ficar para ali sem préstimo. E ali estavam,agora,aqueles moços fazendo bicha ordeira,esperando pela sua vez,não para matar a sede,mas ,simplesmente,para lhes espantar algum resto de sono. Seria,de facto, difícil arranjar melhor método. De fria que a água brotava,era capaz de ressuscitar uma legião de mortos.

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