sábado, 17 de maio de 2008

O CANTO DO CISNE

Dali,só para a sucata. Dera ainda um ar de sua graça,mas fora como o canto do cisne. Estivera a despedir-se desta trabalhosa e tormentosa vida,que para ele se contara por algumas centenas de milhar de quilómetros,pelos mais diversos pisos. Naquela altura,apenas havia uma coisa a fazer e que era esperar por reboque.
Era de noite,daquelas noites que só os pirilampos alumiam. Era,também,das que as cigarras muito gostam,pelo que o concerto não teve pausas. Seria,igualmente,para animar aquele velório,que parecia ter de prolongar-se por algumas horas. Quando já se tinham resignado a aguardar ali a luz do dia,eis que surge ao longe uma luz que talvez trouxesse a salvação.
Aquilo era gente rija,sem medo de assaltos. O aspecto do cadáver não abonava muito,efectivamente,a favor dos familiares. Pararam e saíram logo,sem reservas. Então,o que há? Isso vai já resolver-se. Foi só atar uma corda,das grossas. Não assistiram ao enterro,pois foram disso dispensados,atendendo aos cuidados que tinham posto no transporte do falecido.

Sem comentários: