quinta-feira, 1 de maio de 2008

SONETO DE ANTÓNIO NOBRE

Em certo Reino,à esquina do Planeta,
Onde nasceram meus Avós,meus Pais,
Há quatro lustros,viu a luz um poeta
Que melhor fora não a ver jamais.

Mal despontava para a vida inquieta,
Logo ao nascer,mataram-lhe os ideais,
À falsa fé,numa traição abjecta,
Como os bandidos nas estradas reais!

E,embora eu seja descendente,um ramo
Dessa árvore de Heróis que,entre perigos
E guerras,se esforçaram pelo Ideal:

Nada me importas,País! seja meu Amo
O Carlos ou o Zé da T'resa... Amigos,
Que desgraça nascer em Portugal!

Coimbra,1889

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