quarta-feira, 4 de junho de 2008

UM VERDADEIRO PRODÍGIO

Estava chovendo. Era água que estava vindo do céu,uma muito pequena porção de toda ela,como muito bem se sabe. Afinal,uma porção que não se distingue de qualquer outra que o podia estar fazendo,que a água é sempre água,embora possa ter estados diferentes.
Calhou,naquela altura,uma certa porção num certo sítio cair. Mas quantos outros ela já teria visitado? Seguramente,uma infinidade deles,que a água muito velha é.
Depois,por onde esta certa porção já terá circulado?,que a água não pode estar parada. Não saberá ela,talvez,dizê-lo,tantos passeios ela terá dado. De muitos,muitos,se terá esquecido,que a memória tem os seus limites. Precisa que lhe lembrem alguns,uma amostra ínfima,afinal.
Esteve em muitas flores vistosas,esteve em muitas crianças lindas,esteve em muitos lagos cheios de peixinhos,esteve em muitos mantos de neve,esteve em muitas nuvens do céu. Mas também esteve em muitos outros sítios onde ela não gostaria de ter estado,e que não é bom recordar.
E não foi só esta porção que tais viagens fez,escusado será dizê-lo. Uma infinidade de suas irmãs gémeas a imitaram,que a água é toda igual. Um verdadeiro prodígio,há que concordar.

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