Não cabia em si,de contente que estava. Via-se-lhe bem na cara,aberta num sorriso de deleite. Ser possuidora daquele brinquedo,ela que tão poucos,e muito modestos,teria tido quando era uma criança. Estar ali a andar e ao mesmo tempo poder conversar com este e com aquele. Parecia estar a chupar um caramelo gostoso,enquanto se ia dirigindo, pausadamente, para o trabalho.
Que coisa boa,que coisa boa,não se cansava ela de repetir. Nunca teria imaginado que,um dia,isso pudesse acontecer. Ali,em plena rua,chegavam-lhe notícias lá da sua terra distante.
Que coisa boa. Era caso para agradecer,não era? Concerteza,mas a quem? Não me pode dizer? Se morasse aqui perto,não me importava de lhe ir lá bater à porta. Estar aqui a ouvir a minha gente. Que coisa boa.
Nunca pensara nisso do agradecimento. Comprara aquele lindo brinquedo e,pronto,estava o assunto arrumado. Tinha mais em que pensar,ora se tinha. Mas uma vez que alguém o lembrara,achava isso mais do que justo.
Já se distanciara e ainda se podia ouvi-la. Que coisa boa,que coisa boa.
sexta-feira, 13 de junho de 2008
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