segunda-feira, 30 de junho de 2008

COMPANHEIRA FIEL

Estava ali uma rica sombra, naquele cantinho do jardim. Duas comadres estavam conversando. Das vizinhas,pois então. Eram isto e mais aquilo,em suma,não se podiam aturar. De vez em quando,lá escapava uma palavra mais rude,castigadora.
De repente,cai-lhes em cima uma pergunta,com a sua devida autorização. As senhoras sabem o nome daquele arbusto a desentranhar-se em flores róseas,que é um encanto? Não sabiam,mas foi remédio santo para as acalmar.
Uma delas lá foi à sua vida e a outra ainda ficou mais um bocado. Tinha ao colo a sua cadelinha de estimação,a sua companheira fiel. Também a tratava como trataria de uma filha,se a tivesse.
Só da última vez,foram setecentos euros. Mas estivera muito mal,coitadinha. Por isso,teve de estar uns dias lá no hospital.
Mas merece todos os sacrifícios,pois é muito minha amiga. Não me larga. Quando há tempos estive doente,não me saía da cama,a olhar para mim,como se fosse uma pessoa. A inteligência que ela tem.
Foi a minha sorte,foi o que me valeu. Não estaria ,agora,ali. Apercebeu-se do fogo que estava lavrando nas traseiras da minha casa de campo e apressou-se a avisar-me.
Levo-a também à praia,que é tempo dela. Ainda agora vim de lá. Nesta não é preciso mostrar os certificados das vacinas. Mas já mos têm pedido noutras.
E pronto. Estava-se fazendo tarde para as sopas e lá foram para a sua casinha.

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