domingo, 29 de junho de 2008

NOS DOMINGOS TAMBÉM COME

Aquilo parece uma paixão. Ou será outra coisa? Talvez uma maneira,a única,afinal,de lhe gastar o tempo.
Não pára,sempre de um lado para outro,todo o santo dia. Ele planta,ele amanha,ele monda,ele apara,ele rega. Os anos já lhe deviam pesar,e muito,e as costas vão-se curvando.
Uma pausa estaria ali bem. Para outros,que não para ele. Nem os domingos escapam. Diz ele que nos domingos também come.
E férias? Quando as tem,que é o que vem lá no contrato,é um permanente desassossego. Não resiste a passar por lá,a ver como as coisas correm,sem ele,em jeito de capataz.
A falta que ele estava ali fazendo. Ouvirá queixas das flores,da relva,das árvores e dos arbustos,de todo o espaço daquele amplo jardim. Em breve voltará,ele lhes promete,e tudo passará a ser como era dantes,quando ele está.

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