sexta-feira, 27 de junho de 2008

SEUS VIZINHOS

Aquilo não fora um mero elogio,mas apenas um simples comentário. Um comentário do velho professor. Mas tão contente que ele ficara.
Estivera para ali a dizer umas coisas,uma boa meia hora,coisas do seu trabalho de meses. A função acabara e o velho professor,já a sala se tinha despejado,veio ter com ele.
Sabe,eu não percebi nada do que esteve para aí a expor. É uma matéria fora dos meus interesses. Mas uma coisa lhe posso afirmar. Você gosta do que faz. Vê-se,à légua. Valeu isto mais do que meia dúzia de palavras de conveniência.
O velho professor. A vida não lhe correra nada bem. E ali estava ele a ganhar para as sopas,que elas não caem do céu.As voltas que o mundo dá. Um amigo dera-lhe a mão.
A sensibilidade daquela alma. Vivia numa zona da cidade com muitas árvores e muitos pássaros. Pois levantava-se muito cedo para os ver partir para a sua faina. E ia para casa a correr,para assistir ao seu regresso. E contava isto como se os pássaros fossem da sua família. Eram,pelo menos,seus vizinhos.

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