domingo, 8 de junho de 2008

JORNAS

As vinhas estendiam-se a perder de vista,um mar,e o tempo da colheita aproximava-se. Ia haver muito trabalho para homens e mulheres,que bem precisados estariam de ganhar uns patacos. Era a sua grande esperança. Em muitos lares,não entrara dinheiro que se visse à largos e sofridos meses.
Naquele ano,tinham acordado não aceitar as jornas que vinham sendo anunciadas. Por aqueles valores recusariam. Os patrões que se arranjassem. Alguns cederam,os de menores áreas. Mas os outros teimaram. Nem mais um tostão. Não faltaria gente que se sujeitasse ao que fora fixado. E assim acoteceu. De uma região já habituada a emprestar os seus braços,vieram ranchos de ainda mais precisados.
Os ânimos dos homens lá da terra exaltaram-se. Aquilo não podia continuar. Qualquer dia teriam de deixar também as suas casas,como esses lá de cima. E um deles perdeu a cabeça. Venho pedir trabalho. Já estou servido. Pouco mais disse naquela ocasião. Uma arma branca,bem afiada,enterrou-se-lhe no pescoço. Foi por um triz e foi a desgraça do treloucado.

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