terça-feira, 17 de junho de 2008

HORAS À JANELA

Do seu andar,via-se uma ampla e variada paiasagem,que não a atrairia por já sobejamente a conhecer. Estaria mais interessada no primeiro plano.
A poucos metros,lá em baixo,desenhava-se uma espécie de fronteira. Para além dela,perfilavam-se vários prédios com locatárias especiais. Não teria necessidade de binóculo,mas talvez o tivesse usado. O movimento de entradas e de saídas não parava,dia e noite. Teria sido apanhada de surpresa. Não o esperaria,mas o espectáculo ter-lhe-ia agradado.
Passaria horas à janela. As observações lá do alto não a teriam satisfeito. Teria querido ver mais de perto,o que era simples. Bastava abrir uma porta. Depois,eram apenas uns passos em frente ou para o lado,direito ou esquerdo,tanto fazia,e subir meia dúzia de degraus.
Deve ter feito uma incursão de reconhecimento. As surtidas ter-se-iam repetido e prolongado,passando a aborrecer o regresso a casa. Finalmente,optou.

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