segunda-feira, 2 de junho de 2008

NADA A FAZER

Há momentos de azar,um segundo apenas. Ele,que tantas batalhas tem ganho,aliás,com todo o merecimento, deitou tudo a perder com aquele deslise,em ocasião tão crucial. Ele,que tem servido a causa pública há dezenas de anos,porque é essa a sua vocação,vai pôr aquela melindrosa questão? Ele,que é semre tão ponderado,tão arguto,tão cauteloso,tem aquela infeliz lembrança? Ele,que é um espadachim consumado,um campeão,vai usar aquela estocada,que não lembraria ao diabo?
Há mesmo momentos de muito azar. Que teria ele feito às suas musas,para assim o abandonarem,desertando numa altura em que ele tanto delas precisava? Devem ter ouvido,pois ele é um orador de casa cheia. Então você ainda vai aí,então ainda é dos tais que afirmam ,a pés juntos,que é o sol a girar à volta da terra?
Perpiscaz como é,deve ter-se arrependido,mal terminara o lance. Mas no ar permaneceram por muito tempo aquelas suas palavras. Não havia nada a fazer. Estava perdido.

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