domingo, 8 de junho de 2008

DIA MUITO DIFERENTE

O que pode fazer um quase nada. Trazia a senhora,já com muitas primaveras,as mãos muito ocupadas. Fora abastecer-se e estava esperando a sua vez,na bicha da caixa. Faça favor de passar à frente.
Os artigos eram modestos,como modesto era o seu ar,modesto e preocupado. A gentileza tocara-a,a ponto de lhe modificar o ar. A sua cara desanuviou-se. Não esperaria isto de um desconhecido. Tivera uma atenção com ela,gesto a que não estaria habituada. E sentiu necessidade de retribuir,agradecendo mais de uma vez . Não era caso para tanto,mas, lá no seu entendimento,tinha esse estatuto.
Não seria exagero pensar que aquele dia teria sido para ela um dia muito diferente,um dia,talvez,de festa. Era ,também, como se o tivesse ganho,ainda que muitos achassem desprezível o pago.
Também não seria exagero pensar que durante algum tempo,porventura dias,aquele inesperado gesto lhe fosse tornar a vida mais leve. É que alguém,um desconhecido,desinteressadamente,se tinha preocupado com ela.
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