domingo, 22 de junho de 2008

MÁRMORE NAS SOLEIRAS

Era aquele canto um outro Alentejo. Um povoamento de castanheiros de talhadia estava ali bem à vista. As hastes esguias,de tão densas,erguiam-se a custo. Seria uma imitação,um arremedo.Mas ali se perfilavam,um tanto barulhentas,pelo agitar da folhagem,a mostrar como o clima tem os seus nichos.
A terra era vermelha sanguínea,coberta,em grande parte,por oliveiras muito bastas. Na fotografia aérea,o instrumento de trabalho,manchas negras dominavam,quase sem clareiras,dificultando exame e localização. Foi o único sítio em que teve de intervir fita métrica,de modo a tornar os registos mais rigorosos.
Ameixoeiras de alto porte explicavam as esteiras de secagem de negros frutos. Bandos de moscas e familiares volteavam em ruidosa azáfama,não sabendo,talvez,onde poisar. Felizmente que lá estava o sol a pôr tudo aquilo no são.
As soleiras e os umbrais das portas,sem distinção,eram de mármore,do melhor. Havia, e há,por lá,para dar e vender. Pena é que se formem crateras. Naquela altura,de rudimentar tecnologia,a roupa negra nas mulheres era mais frequente do que noutros locais. De vez em quando,lá se dava um esmagamento,precalços do ofício.

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