quinta-feira, 26 de junho de 2008

MONTES DE NOVIDADES

Pode dizer-se que eram os dois de extremos. Ou oito ou oitenta. Começaram pelo o oito,uma modesta pensão,de clientela muito variada. Entre os convivas,dois jogadores de futebol,que,por má sorte,tinham caído no clube errado. Deixaram de lhes pagar. O gerente mostrou compreensão,não lhes indicando a porta de saída. Os outros solidarizaram-se,pagando adiantado.
A pacatez do lugar era quebrada,às vezes. Um vendaval varria-o. Era gente da capital,de fala desatada e rica. Traziam montes de novidades e as suas agendas estavam carregadas de moradias. Indicavam preços,em jeito de intermediários. Aconselhavam e apontavam prioridades. Monopolizavam as atenções,deixando um rasto de sabedoria.
Por uma razão desconhecida,passaram para o oitenta. Os turistas,por vezes,rareavam. Assim,para dar saída à carne e ao peixe,aceitavam comensais a preço de saldo. A clientela era discreta,polida,sem altos nem baixos,parca de histórias.

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