quarta-feira, 18 de junho de 2008

OUTROS VOOS

Baixo,activo,inteligente,olhos muito verdes. Ainda andou até ao terceiro ano do curso. O pior estava passado,mas aquela visita da irmã,a viver lá no outro lado do mar,foi uma tentação,não do diabo,mas do seu anjo da guarda.
O que estou eu para aqui a fazer?,depois de se inteirar do estado da carteira da irmã. E,quando a visita terminou,lá foram os dois. Não resistira ao apelo da árvore das patacas.
Ainda mal acabara de chegar,uma rica árvore veio ter com ele. Bastava agitá-la,que ela não se cansava de dar fruto,de fácil desprendimento. Não estava milionário,mas por aquele caminhar chegaria lá mais cedo do que ele alguma vez sonhara. Faltava,ali,para compor o ramalhete,uma companheira. Olhou à roda e não gostou do que viu.
E se eu fosse lá à santa terrinha? Não é tarde ,nem é cedo,parto já amanhã. A coisa foi rápida,que tempo é dinheiro. E num instante estava casado. Foram mais uns anos a acumular. Mas uma ideia passou a persegui-lo. Aquele curso fora interrompido. Era uma pena ter ficado assim. E se eu fosse lá acabá-lo? Veio e ficou engenheiro.
Ainda se empregou,mas por muito pouco tempo. Fora aquilo só para mostrar,a si,e,talvez a outros,que era capaz de outos voos.

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