segunda-feira, 21 de julho de 2008

VERNIZ

Ficaram sós os dois,ele,mais velho,muito dado ao respeito,ela,uma senhora que ele muito respeitava,mas que,de vez em quando,não enjeitava uma brejeirice ligeira. Já não era a primeira vez que assim tinham ficado. E ele sempre muito respeitador.
Naquela manhã,antes de ficarem sós,tiveram a companhia de um casal jovem,ela,uma moça bonita,por sinal,prestes a ser mãe,e ele,de cabeça rapada.
Quando o casal desapareceu,a senhora não resistiu. Que pena,a moça merecia melhor. O cabelo sempre compõe. Mas ele,coitado,para disfarçar,usa a máquina zero. Via-se bem que já tinha voado.
O senhor muito dado ao respeito foi na onda. Não sei se conhece uma frase a propósito. E ela,suspensa. Querem ver,querem ver,que agora é que o verniz vai saltar? Mas muito se enganou. Não saiu o que ela esperava ouvir. É que nunca se vira um burro careca.

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