domingo, 27 de julho de 2008

CADA DIA

Envelhecera,coitada dela. O marido não a rejeitara,mas fora como se o tivesse feito. Vivia magoada. Admiraria,se não fora assim,pois estaria muito longe de acabar. A terra era pequena. Quase tudo se sabia. Para mais,as coisas passavam-se muito às claras. Só não via quem fechasse os olhos . É que eles,nem sequer disfarçavam.
Alguns encontros não tinham segredo. Era só um sair do seu poiso habitual e entrar no da outra,ali mesmo em frente. Logo ali se mantinham conversas para matar alguma saudade,talvez da véspera,ainda que testemunhas houvesse. Não seriam,em tais condições,muito íntimas,que a decência,naqueles atrasados tempos,não permitiria. Se calhar,usariam código para marcar o próximo encontro,caso a isso fossem obrigados,por razões óbvias.
Não era esta,muito provavelmente, uma relação típica. Os subterfúgios que se teriam de forjar naquelas épocas tacanhas. E os cuidados,também,para contrariar surpresas. No tempos que correm,não é assim. A transparênia é total,pode dizer-se,actuando-se abertamente,conforme as conveniências,no momento, de cada um. O que importa é sentir-se feliz ,à sua maneira,qualquer que seja o parceiro da altura.
O ideal seria não haver pontos mortos. Uma corrente contínua de felicidade o alvo a atingir. Contanto que ele ou ela garanta o padrão que se pretende. Estará,deste jeito,criada a fórmula mágica da felicidade perpétua. Se necessário,mudando cada dia.

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