segunda-feira, 14 de julho de 2008

NECESSIDADE VITAL

O rapazinho corria,corria,atrás do automóvel. Lá dentro,os dois irmãozitos com os pais adoptivos. A distância era cada vez maior. Lá viu que não conseguia apanhá-lo. Parou. E ali ficou,muito direito,numa grande triteza. Uma estátua de desalento.
O pai morrera e a mãe abandonara-os. Com esta separação,sentir-se-ia,irremediavelmente,só. Assim,se consideraria,mesmo quando lhe arranjaram,também,uma família.Parecia nada lhe faltar,mas um irreprimível desassossego o atormentava.
Só tranquilizaria quando se desse o reencontro com os irmãos. De nada valeram,nem o aconchego do lar que o recebera,nem o ter constituído família.
Esse reeencontro tão desejado transformarara-se numa necessidade vital. Parecia isto trazer uma mensagem. O amplexo que acabou por selar o reencontro dos três irmãos poderia ser a imagem de um abraço universal,apaziguador e salvador. Para ele ter lugar seria essencial dispensar muita comodidade e muito egoísmo.

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