sábado, 26 de julho de 2008

UMA VISITINHA

Era um maneirinho museu de um pequeno burgo,ali mesmo à ilharga do rio,com um respeitável acervo de achados de eras que não voltarão mais. Guardava-o, muito bem guardado e zelado, uma senhora de meia idade,que morava ali a dois passos. A sua velha mãe estava lá em casa,de cama, e era preciso,de vez em quando,fazer-lhe uma visitinha,para ver como ela ia,se estava a necessitar de aguma coisa.
Não se importam de ficar aqui em meu lugar? É um instante,que eu vou lá a correr,não me demoro nada. E ali se ficou,feitos guardiões de museu,aliás,com muito gosto,pois um dia,mais tarde,quem sabia?,seria elemento essencial de escolha,numa pretensão de emprego. Ficava altamente valorizada a folha de serviços,o que,nos tempos que correm,isso é muito importante,desde que,claro,os premiados não entrem pela porta do cavalo. Mas adiante.
Em vista de uma tal possilbilidade,de uma filha,por exemplo, dar uma saltada à sua casa,ali a dois passos,para estar uns momentos com a sua mãe velhinha,o que se perde para vir, a correr,meter-se em terras de tamanho sem fim,ficando a morar lá para o cabo do mundo. Mas é assim,por todos os lados,mesmo os ditos mais atrasados,e aí até mais. A urbe atrai. Parece ter sortilégio. É lá que acontecem coisas. E,depois,lá vem um Gedeão contar que a Luísa sobe a calçada.

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