terça-feira, 15 de julho de 2008

PORTA ONDE BATER

O homem andava de lá para cá, ao longo do passeio,lastimando-se lá consigo. Tinha ali,na clínica,a mulher,à espera de ser atendida. Já lá tinham ido vezes sem conta,que a doença era teimosa,talvez sem cura. O horror de dinheiro que ele já gastara e o mais que teria ainda de arranjar. Onde é que o iria desencantar?
De tão ralado,nem sente o toque que lhe dão no ombro. Foi preciso repetir. Olha quem é. E pareceu-lhe que o outro também estava muito preocupado. Ali perto havia u m hospital. Está doente ou tem lá alguém da família? Não,nada disso,o meu mal não é desses.
Ando aí metido num negócio que me pode render muito dinheiro. E disse a quantia. Eram,realmente,milhares,muitos milhares. Bati já nalgumas portas,mas em vão. Pode imaginar como me sinto. Um suplício. Acredito. Outro aproveitará. Mas ainda guardo esperança. Restam duas ou três portas . Pois desejo que uma delas se lhe abra.
E ele ali ficou,sem ter a esperança do outro. Não tinha porta onde bater.

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