Quase tudo se vai transformando,não havendo volta a dar-lhe. É o progresso,ou lá o que lhe queiram chamar. E quem não estiver bem,mude-se. E quem não gostar,tem de passar a gostar,sob pena de lhe chamarem nomes feios.
O certo,no caso presente,é que um quintal,ali mesmo à vista de linha nobre de comboios,onde havia meia dúzia de figueiras,que davam figos de comer e chorar por mais,se foi para sempre. Andarão por lá ainda os aromas daquela novidade,tal a fartura. Enchiam-se cestos,não só dos lampos,os mais cobiçados,mas também dos vindimos. Fartavam-se deles a família do feitor,a vizinhança e ainda dava para os levar a certo mercado,onde eram disputados.
O transporte era quase do tipo porta à porta,por o eléctrico disso se encarregar. Chegavam ainda frescos,pois a colheita era feita de madrugada.
Pois tudo isto é só uma lembrança. O quintal foi promovido. Está lá agora uma floresta de cimento. O mercado deixou de o ser,convertido que foi numa praça. O eléctrico deve andar por aí,algures,repartido,ou então,dormirá num museu.
terça-feira, 15 de julho de 2008
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