quinta-feira, 24 de julho de 2008

COMO TINTAS

Dos oito iniciais,três escaparam-se muito antes do termo. Mas o encantamento foi tal,que quase se tornou necessário expulsar os cinco restantes.
A história seria dispensável. Estava ali a desenrolar-se porque o artista precisaria dela para compor os seus quadros. Uma interminável galeria. Que cores. O branco parecia uma lâmpada de muitas velas a iluminar as cenas,um tanto penumbrosas,porque assim pedia a circunstância.
Era como que a alma dela. Tempos românticos aqueles,os da acção,de contornos tão de conveniência. Muito diferentes dos tempos que correm. O parecer bem ou mal mandava nos procedimentos.
Que importa porém isto? O dom do artista gera obras inconfundíveis,trazendo o seu selo. A contenção,o rigor,o essencial. Nada de supérfluo,de estar a mais. Até as figuras são como tintas. Um veio que dá mostras de não se extinguir.

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