quinta-feira, 24 de julho de 2008

DESLUMBRAMENTO

Agarrara-se a ele,dançara com ele, uma noite inteirinha. Falava para o telemóvel,num deslumbramento,ali em plena rua. Levava um cigarro na mão esquerda,tinha de ser,a consumir-se. Nem o fumaria,pois era outra que ia ali. Ora,o cigarro,cigarros há muitos.
Quase voava,andaria nas nuvens,lá muito em cima. Lá em baixo,estava a rua,estava o mundo,rua e mundo que eram só dela. Abrira-se-lhe uma porta,e ela entrara logo,sem se fazer rogada,e deleitara-se. O tempo que perdera. Ah,se ela soubera antes.
Agarrara-se a ele,dançara com ele,uma noite inteirinha. A conversa estava para durar. O tempo? Ele xiste? Depois,não era ela que pagaria a conta. E o tabaco também mão,e outras coisas mais.
O velho haveria de compreender. Também já fora novo e ela era a sua querida menina,que tantas vezes trouxera ao colo,por quem tantas vezes chorara,por causa das doenças más.
Depois ainda,aquela primavera lembrara-se de aparecer,uma primavera a rebentar de convites. Quem era ela para dizer que não,para lhe bater com a porta na cara. Sim,quem era ela?

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