sexta-feira, 18 de julho de 2008

NÃO CUSTA NADA

O carro da biblioteca itinerante pára no largo lá da aldeia. Alguns,na maioria,velhos,vêm ver do que se trata. Parecia novidade. Então,o que é que aqui se vende? Nada disso. Aqui está um monte de livros que os senhores podem levar para casa. É só preencher um papelinho. Daqui a um mês,apareço,entregam os livros que leram e,depois,podem levar outros. Como vêem, é simples. E não custa nada.
Coisa boa,sim senhor. Um,muito desconfiado da fartura,quis saber de quem eram os livros,de onde lhe tinha vindo o dinheiro. E lá lhe explicaram.
Olha os espertos,eu cá me queria parecer. Toda a gente sabe que a esta terra ainda não chegou a electricidade. Vale-nos o petróleo. De dia,andamos para aí a trabalhar onde calha,a mandriar pelas esquinas ou pelas tabernas. É só à noite,pois,que nos dá jeito ler,com a ajuda do candeeiro. É isso. O vosso ganho não pode ser outro. Passem,assim,muito bem,que negócios desses não me interessam.

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