Isto de querer chamar a si,quase que em exclusividade,os pobrezinhos,parece um grande exagero. É que corações piedosos é o que não falta para aí,graças a DEUS,em qualquer quadrante,mesmo o mais empedernido. O homem ou a a mulher são capazes de tudo,até de condoer-se de um animalzinho abandonado,como um cãozinho ou um gatinho,quanto mais de um seu irmão de aventura.
Mas como é que deram em aparecer tantos,em todas as épocas,e não só agora? A quem apontar responsabilidades? Talvez a eles,como se ouve,às vezes. Trabalhem,seus madraços,façam como eu,que nem férias gozava,sempre ali feito escravo. Talvez ao que está escrito,que pobres tê-los-eis sempre,sem se especificar a quantidade,o que é um descanso para alguns. Talvez ao diabo,esse maroto que cada vez está mais atrevido. Deixou de estar atrás da porta,para andar aí no meio das gentes,por vezes,até,de braço dado com elas.
Depois,é o céu a morada dos pobres. Um grande consolo depois de morto. E então os outros,que são todos MEUS FILHOS,onde estão eles? E eles que se importam de terem ficado lá em baixo,se eles já o têm lá. É que se apressaram a tê-lo,pois mais vale um pássaro na mão do que dois a voar.
Está-se mesmo a ver,até uma criança consegue ver,que o que está aí atrás vem da cabecinha de um pobre. Pois de onde é que havia de vir? De um pobre que também queria ser rico,pois claro,mas não calhou,não estava lá no sítio certo,coisas que acontecem,vá-se lá saber porquê. Acontecendo,era capaz também de invectivar os pobres,chamando-lhes nomes feios,como madraços e outros que tais. Trabalhassem,como eu trabalhei. Esta aconteceu,estava lá e ouviu bem,que ainda não era surdo.
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