segunda-feira, 18 de agosto de 2008

SINTONIA

Aquele fora um encontro de muito cogitar. Sem aviso prévio,uma chuva miudinha,de molha-tolos,fizera a sua aparição,apanhando alguns desprevenidos. Por ali havia árvores frondosas,que ofereciam suficiente protecção. Sob uma delas,chegara,primeiro,uma jovem de porte atlético,com um pequeno livro,cujas folhas não havia meio de pararem. Um velho,que escolhera o mesmo guarda-chuva,pensando que a moça estava a precisar de ajuda, decidiu intervir.
E aqui,aconteceu o inesperado. É que a moça nascera,e por lá andara alguns anos,numa cidade muito distante dali,precisamente em Newcastle upon Tyne,onde o velho, há um ror de tempo,estivera uns largos meses. Mas mais ainda. Ela residira muito perto do local onde o velho arranjara poiso.
Mas que tremenda coincidência,concordaram os dois. Ali devia ter havido mãozinha misteriosa. Há por aí muita coisa ainda desconhecida,talvez radiações,talvez tropismos vários,e sabe-se lá mais o quê. E ,sem querer,como que empurrado,o velho teria entrado em sintonia com a jovem,e,irresistivelmente,dela se aproximara. É esta a covicção do velho. Da moça nada se sabe a este respeito,mas,o mais provável,é ela nunca mais ter ligado àquele encontro.
Pode, ainda ,acrescentar-se que o velho,num gesto de cavalheirinho,se prontificou a orientar a moça naquele local rico de memórias. Mas ela não esteve para aí virada. Ela,sozinha,se desembaraçaria,como,aliás,muitos dos seus fizeram por esse vasto mundo,tal como os do velho.

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