quinta-feira, 28 de agosto de 2008

JÁ ERA TEIMA

Os nós de pedra a encimar aquele portão de palácio sugeriam um aviso. Tenham cuidado que dali em diante,vindo da povoação,poderiam encontrar o que não estavam à espera.
Não foi preciso,de facto,andar muito. Aquilo eram mesmo olivais,mas de não muito vulgar densidade. Quase se podia dizer que estavam as árvores em cima umas das outras. Para além disso,o chão era vermelho carregado. Tudo junto fizera que ,na fotografia aérea, não passava aquilo duma mancha sem resolução. Um sarilho para quem estava interessado em pormenores. Dali não se saiu tão cedo.
Lá mais para diante,manchas negras moviam-se. Eram touros,daqueles já crescidos,a fazerem pela vida. Não estariam muito interessados em sair donde estavam,pois comida e bebida não lhes faltavam. Foi só o susto,talvez nem isso. É que uma respeitável barreira estava lá a dificultar-lhes os movimentos.
Mas não muito longe,nuvens carregadas,a cada passada,nasciam do chão. Era o chão a desfazer-se em pó,num pó também vermelho. Vermelho ficava-se. O que iria resultar dali? Nada mais nada menos do que mais touros,esses ainda a crescer. Andavam girando, como os carneiros,na mira de ervinha tenra. Já era teima. Outro sarilho,de que se saiu vivo,graças a umas certas habilidades de quem muito os respeitava.

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