sábado, 23 de agosto de 2008

O SEGURO MORREU DE VELHO

Aquele crocitar não enganava. Era sinal de mais um visitante daquele jardim. Já se tinham visto por ali gaivotas,pombos,melros,rolas ,pardais e outros que tais,mas corvo é que nunca.
Pois ali andava ele naquela manhã de sol. Ouvira-se,primeiro,a sua voz inconfundível. Devia estar próximo. E, de facto,não se fez esperar. Esteve uns segundos a descansar na relva,que o seguro morreu de velho. Depois,há asas para que vos quero. Uma árvore ramalhuda estava ali perto e foi para ela que apontou.
Mas donde teria vindo aquele corvo? Não tardou muito a saber-se. Era preciso ali alguém que desse ordens,pois aquele jardim já estava a ficar um tanto seco. E esse alguém apareceu a dá-las. Tinha ele um ar de chefe. Trazia,pelo menos,muitas chaves bem à vista. Seria um homem de muitas portas. E uma delas talvez fosse da porta onde morava o corvo.
O certo é que os dois deram mostras de se entenderem. Aquela árvore teria sido o ponto de encontro. Pareceu até que conversaram.

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