quinta-feira, 21 de agosto de 2008

PENAR SEM TERMO

Era para ter pena dele,mesmo muita pena. Sempre cabisbaixo,meditabundo,de passos arrastados,como que vergado,esmagado,ao peso de toneladas não se sabia de quê.
Apetecia abordá-lo para o aliviar. Desabafe lá homem,diga lá o que o faz andar assim,nesse penar sem termo?
Dinheiro,constava não lhe escassear. Telha,muita exibia,em cantos vários. Jornais,estava a par das últimas. Telenovelas,não falhava uma. Família,tinha-a bem arrimada. Saúde,não lhe devia faltar,que aquilo era um andar sem destino,hoje aqui,amanhã além.
Que mal seria,pois, o dele? Seriam saudades de um tempo de que gostava tanto e que tardava em regressar?

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