domingo, 31 de agosto de 2008

FUNDILHOS

Era um homem alto,bem parecido. O basto cabelo negro,ondulado,não lhe caía pelas costas largas,mas coroava-o,à maneira romana. Alguém o recordara em três alturas marcantes do seu florido percurso.
Na sequência,primeiro,em moço,alta noite,sentado num banco de laboratório,analisando. Já perdera muito tempo,pelo que tinha de compensar. Exigências da vida que escolhera,para a qual,aliás,estava fadado.
Depois,um pouco lá mais para diante,dirigia-se, em bicicleta,um tanto esmagada ao peso de quem lá ia,ao encontro da sua cadeira de edil. As calças,via-se bem,tinham sido reforçadas por uns fundilhos de todo o tamanho.
Para remate,poucos anos volvidos,chegou a vez de trocar a cadeira por um cadeirão. Era o que mais se apropriava à sua imponente figura. Ali,os fundilhos não ficavam bem. De resto,nunca se esclareceu porque os mostrara naquela vez. Mas uma razão devia ter havido,e uma razão de monta. Mas qual?

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