Não era a estátua de um desterrado,mas para lá caminhava. Sentado num dos bancos daquele amplo jardim,a tristeza envolvia-o pesadamente. Pontificara ali anos a fio,acudindo ali e acolá,onde era preciso,plantando,regando,aparando,regando,limpando. Sempre num virote,sem quase repousar. Até em dias de folga aparecia por lá,tapando alguns buracos,daqueles mais visíveis.
Estaria reformado? Afinal,não era ainda o descanso do guerreiro. Fora,simplesmente,transferido para outras paragens. Manda quem pode e ele não pudera dizer que não. Mas muito lhe teria custado,que era ali que ele se sentia como em sua casa,talvez,até,a considerasse como isso mesmo,a sua casinha.
Encontrava-se,então ali,naquela manhã soalheira de domingo,matando saudades. Escolhera um ponto estratégico,de onde podia abarcar todos aqueles seus muitos cantos familiares. E veria defeitos,gravíssimos defeitos. A falta que ele ali estaria fazendo,e sem poder acudir,sem poder sanar as mazelas,que seriam muitas,aos seus olhos de conhecedor sensível. E isso mais o magoaria. Aquele jardim seria para ele como um filho muito amado,que passara a estar ao cuidado de um mau padrasto.
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
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