quarta-feira, 20 de agosto de 2008

OS PRINCÍPIOS E O FIM

Esta é a história,muito,muito, resumida,que o tempo é dinheiro,que o papel dinheiro é,e também a paciência,de um povo que muito se prezava pelo seu entranhado amor aos princípios. Nunca por nunca os atraiçoariam. Defendê-los-iam até ao ponto de sacrificarem as suas vidas. Mas adiante,que o tempo,o papel,a paciência são dinheirinho,nunca isto deve ser esquecido.
Pois esses princípios foram o seu fim. Tem isto quase graça,mas o caso não tem mesmo graça nenhuma. Mas avance-se que a paciência é dinheiro.
E a coisa,como se avisou,desde o princípio,conta-se depressa. Aquele povo ,para sobreviver,necessitava,como de pão para a boca,de água. Mas não só de água ,também de energia,que viria de uma parte dessa água. De uma cajadada,matariam dois coelhos,metaforicamente falando.
Para as ter,água e energia,tinham de sacrificar,porém, meia dúzia de respeitáveis memórias do seu passado glorioso. Ora esse povo,povo único,povo de heróis, antepunha a tudo,mesmo a sua existência,a preservação desse tesouro. Ou ele,ou nós,era um dos seus lemas.
Portanto,nem pensar em molestá-lo,nem que fosse um mísero bocadinho. Seria um sacrilégio,seria uma traição. Só por cima dos seus cadáveres. Dali não saíam.
O tempo foi passando,o tal que é dinheiro,e também vida,neste caso concretíssimo. O tempo foi passando,e nas suas pobres mãos viam-se apenas os princípios. Veio um ar,uma simples brisa,um ligeiro bafo,e foram-se,levando com eles,muito a eles abraçados,muito agarradinhos a eles,os princípios. Os princípios e o fim.

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