sábado, 30 de agosto de 2008

CARA DE PARVO

Isso de amar o próximo como se fosse Deus estava muito bem,mas não se devia ser parvo. Foi assim mesmo que ele disse. Mais ainda,estava também escrito,em especial,o não ser parvo. Não disse onde,mas era sua convicção,certeza até. Trocando por miúdos,o que ele queria que entendessem,de uma vez para sempre,é que em primeiro lugar estava ele,depois ele e assim por diante. Sim,amava Deus,pois então. Sempre tinha sido assim,desde que se conhecia. E o próximo também,mas não se devia ser parvo,estava escrito.

O amar o próximo como a Deus estava bem para os santos,uns pobres de causar dó. E se um dia lhe passase pela cabeça imitá-los,com que cara haveria de aparecer aos amigos,que aos inimigos nem pensar numa coisa dessas? Cara de parvo,com certeza. E depois,eles diriam chega-te para lá,que não te conhecemos.

Mas então os mandamentos? O que é lá isso? Ah,sim,isso é só para os parvos. Entretém-nos e sempre lhes dão algumas alegrias. São os eleitos,os escolhidos,isso os satisfazem. E ficam para lá muito quietinhos,muito mansinhos,que, depois,terão a recompensa.

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