sexta-feira, 29 de agosto de 2008

GOSTO DE MIM,GOSTO DE MIM

Não se estava à espera,mas fora o que se ouvira. Gosto de mim,gosto de mim. Teria as suas razões,fortes seriam elas,para assim se gostar. Pensaria muito no que,ultimamente,vinha fazendo e acharia que o seu comportamento merecia nota alta. E assim,frequentemente,não se continha. Tinha de o proclamar,onde quer que estivese. Gosto de mim,gosto de mim.
Não era um velho ainda,mas para lá caminhava a passos de gigante,ele e outros,ele e todos,afinal. Já não estava com a companheira há muito tempo,da qual se tinha separado um tanto azedamente. Coisas da vida,estão sempre a acontecer. Mas ela adoecera,de doença muito ruim,e era ele que lhe estava valendo. Vinha vê-la quase todos os dias para lhe prestar assistência. De algum modo,estava pagando o mal com o bem,pagamento muito raro,ontem e hoje.
Talvez muitos não teriam assim procedido,tal seria o seu entendimento. Ela que se arranjasse. Estaria aqui,neste entender,o seu gosto de mim incontido. Que outra explicação encontrar?

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