quinta-feira, 28 de agosto de 2008

UMA AJUDAZINHA

Confrangia o apelo da senhora,ali naquela sala de plateia a nível nacional. Parecia uma mendiga de mão estendida,solicitando uma ajudazinha. Tratava-se de uma confeitaria centenária,lá para o Norte,em riscos de ter de fechar as portas. As histórias que ela teria para contar,histórias que fariam parte de uma história maior,digna de ser guardada para que pudessem ficar a sabê-la os que viessem depois.

Passara-se em tempos por lá. Apreciara-se,como não podia deixar de ser,as especialidades da casa. Mas apreciara-se,sobretudo,o envolvimento,o chamado ambiente,humano e mobiliário. Tudo aquilo respirava tempos românticos. A delicadeza do trato,do estilo de que o freguês é que tem sempre razão,não tinha par. Parecia ter-se mergulhado no tempo,de um tempo que morreu,acabou-se,já não há mais,agora só em sítios como aquele,que deviam ser agarrados,conservados,como jóias sem preço. Talvez,até, tivessem passado por ali o Camilo,o Nobre,o Pascoais e outros da mesma família.

Pode ser que o seu apelo tenha sido escutado,quem sabe? Pena foi que a pobre senhora estivesse ali de mão estendida solicitando uma ajudazinha.

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