sábado, 2 de agosto de 2008

OS OUTROS QUE ESPEREM

Já reparam nalgumas sumidades que por aí andam,ao pé da porta ou lá por longe,pavoneando-se como em parada triunfal,de recolher os aplausos? Devem ter reparado,porque elas fazem-se ao reparo,pondo-se ali mesmo bem na frente do vulgar peão,ocupando os pimeiros lugares das primeiras filas.


E devem ter reparado no ar pomposo que exibem,nos olhares sobranceiros,de desprezo,de desdém,que se dignam lançar,na voz engrossada que soltam,uma voz doutorizada,no peito que salienta,quase a rebentar.


É caso para perguntar. O que é que elas fizeram para bem das gentes,da humanidade,de ao pé da porta ou da que se encontra lá mais longe,para assim se mostrarem tão sublimes? Examinando,mesmo à lupa,não se nota coisa que o vulgar peão não soubesse fazer também.Quando muito,umas vagas intenções,umas promessas ôcas. O que se nota bem é o que fizeram por eles. Sim,é que,em primeiro lugar,estamos nós. Os outros que esperem.

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