terça-feira, 9 de setembro de 2008

QUASE DE GRAÇA

Ainda se vinha longe e já se sentia aquela mistura de cheiros sem igual. Tinham por fonte a terra e o mar,ali tão próximos. Apetecia lá permanecer.
Venciam distâncias alguns,os que vinham lá do barrocal e da serra. Mas eram quase dispensáveis,porque mesmo ali ao pé da porta também se escapavam,em contínuos e volumosos caudais. Vinham lá das quintas que iam resistindo à onda avassaladora do cimento. Lá estava o ladrar dos cães a assinalá-las. Perdoava-se-lhes algumas insónias,de início,pelo muito que representavam.
E era também um conforto topar,aqui e ali,a dois passos,podia dizer-se,com alguma nora a cantar,de feliz por estar a dar de beber a quem tinha sede.
Não se retemperava,apenas,o corpo,mas também a alma. Ficava o deve a repartir por dois. Uma pechincha,quase de graça. Valia a pena,pois,ir por ali abaixo.

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