sexta-feira, 19 de setembro de 2008

UM GRANDE PRAZER

Passara-se aquela porta de vila que tinha muito para contar e fora um inesperado mergulho no passado. O ar solene,o desenho dos armários,o balcão alto,quem se encontrava por detrás dele,de bata muito azul,brilhante.
Era um senhor aí de uns cinquenta anos,um tanto para o baixo,de cabelo grisalho,de cara pálida,gorduchinha,de sobrancelhas bastas,de modos cerimoniosos,solícito,do estilo de que o cliente tem sempre razão.
Em que podia ser ele útil? Arranjava-se já. Ficasse descansado,que ia sair dali como novo,tal como tivesse vindo directamente da fábrica. Era um instante.
Foi só instalar o óculo próprio da acção a operar ,mexer aqui e ali,e pronto,já estava. Teria ali relógio para uma vida,para sempre. Então,quanto é? Não era nada. Tinha sido um grande prazer.

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