A chuva estava caindo e o vento brincava com ela. Ora a deixava cair mansamente,ora pegava nela,atirando-a em bandas largas de aguaceiro. Lucravam os mananciais,lucravam as fontes.
Nos rios,desaguavam novos rios. Os caudais engrossavam,o oxigénio renovava-se,os peixes respiravam melhor. As sementes entumesciam. Era o fim do seu sono e a germinação começara.
Completado o tempo,os campos vestiram-se de verde e o gado alegrou-se,rindo-se os olhos e também os do lavrador,do pastor,do cão de guarda. Os filhotes mexeram-se mais nos ventres das mães. Qualquer dia veriam a luz do sol ou da lua,ou do dia simplesmente. E teriam comida,e engordariam.
A natureza adquirira a cara de sempre e um outro ciclo iniciara-se. Depois de incontáveis outros. Tudo ou quase tudo à margem da colaboração do homem. Ele, quase como mero expectador de um espectáculo quase de graça. Ele põe a sua parte,é verdade,mas uma parte muito pequenina,diante da grandeza,do imenso número de acções que se passam fora dos seus cuidados.
O prodígio da chuva. O prodígio do Sol. O prodígio da renovação. O prodígio do crescimento,do desenvolvimento,da maturação. O mundo de uma célula,vegetal ou animal. O infinitamente pequeno a trabalhar sem descanso num enquadramento químico e físico de maravilha.
A chuva estava caindo...
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
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